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Manifestação de 7 de Setembro pode morrer na praia, diz Viana em sua coluna

O jornalista e sociólogo José Maria Viana escreve sua coluna Bastidores aos domingos no Portal RCIA. Nesta edição pega Bolsonaro de Cristo e diz que - Bolsonaro, dividiu o país, tramou o golpe do início ao fim do governo e depois dele, desacreditando instituições e as eleições.

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Mauro Cid, o faz de tudo do ex-presidente

NA PSICOLOGIA
Sobre os fenômenos emocionais, coisa que não entendo quase nada e me achava 95% razão, me emocionei quando Freud disse mais ou menos assim: “Não somos totalmente razão, mas especialmente sentimentos”. Para especialistas, as pessoas, quase sempre, minimizam os desacertos dos que elas seguem ou acreditam e crucificam com ênfase aqueles a quem não seguem ou são contrários. Daí percebi que o voto é mais sensitivo que propriamente racional!

A ESCRESCÊNCIA
Acho que Jair Bolsonaro, Color de Mello, Figueredo e Luís Antônio Fleury, não deveriam ter nascido, quanto mais terem sido presidentes e governador de São Paulo. Tamanha foi a confusão que eles armaram no país e em São Paulo por suas incompetências, imbecilidades jogando o país no lixo, desarrumando tudo com preconceitos, arrogâncias e desmontes. É isso que faz o voto livre? E, por quê, tanta gente que pensa segue esses próceres e acredita neles?

FEZ O DIABO!
Sinceramente não dar para entender! Vejam, Bolsonaro, dividiu o país, tramou o golpe do início ao fim do governo e depois dele, desacreditando instituições e as eleições; se desobrigou da pandemia, caçoou de quem não tinha ar e estava morrendo, foi contra vacina matando mais de 700 mil, apoiou milícias, indultou criminosos e golpistas; apoiou desmatamento na Amazônia, no serrado e extermínio de indígenas. Como que com essa ficha alguém o apoia?

DESMASCARADOS
No caso dos presentes recebidos do exterior, tentou resgatar e os resgatou, a maioria, no silêncio da noite; usou avião oficial do Governo para os levar até ao exterior mais seus asseclas e lá vendê-los para se locupletar, aumentar o patrimônio como ladrão de galinhas. Promoveu rachadinhas, comeu gente! Vale a piadinha: “Tenho duas notícias uma boa e uma má”. “Me dá a boa”! “Vendemos todos os presentes”! “E a má”? “Tivemos que comprá-los de volta”!

ESTÁ BAQUEADO
As tais joias “baquearam Jair Bolsonaro”, segundo amigos. Ele não tem muita saída e nem adianta dizer que assessores agiram sozinhos, pois o dinheiro vivo foi parar em suas mãos, segundo investigação. Tentou reação! Chamaria o povo às ruas no próximo 07/09 como em 2022 para um desagravo e foi desaconselhado: “O tiro pode sair pela culatra. E se houver quebra-quebra de novo”? Ele: “É melhor não, não quero nenhuma manifestação a meu favor”!

CID VAI FALAR
O advogado do “faz tudo”, tenente-coronel Mauro Cid, Cézar Bittencourt, disse que seu cliente vai falar que negociou as joias nos EUA a mando de Jair Bolsonaro. Cid vai abrir o bico, não só por ter sido abandonado pelo ex-presidente, mas porque, pela primeira vez, o Exército lhe virou as costas, para ele e seu pai general Mauro Cesar Lourena Cid, também envolvido nas joias. Em todos os imbróglios anteriores, o Exército o apoiou. A coisa respingou no Exército!

PRIMEIRA ENTREGA
O hacker araraquarense Walter Delgatti – especialista em mídias digitais que invade sistemas vulneráveis ou não para descobrir falcatruas, esconde-esconde ou informações secretas – entregou à CPI do 8 de janeiro, anteontem, as conspirações da corja golpista de Jair Bolsonaro. Disse que teria recebido R$ 40 mil da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) para invadir sistemas da Justiça, desacreditar as urnas eletrônicas, a eleição e Alexandre de Moraes.

BOMBA DAS BOMBAS
Em seguida Walter Delgatti entregou também o próprio ex-presidente Bolsonaro. Levado ao Alvorada, Bolsonaro lhe perguntou se seria capaz de invadir as urnas eletrônicas e provar as vulnerabilidades. O esquema seria enganar a urna, demonstrando que um certo voto dado poderia ir para outro candidato que não o votado. O serviço realizado seria apresentado no 7 de setembro de 2022, nas manifestações que o ex-presidente convocou antes da eleição.

MAIS PEDIDOS
Esse intento foi melado porque a imprensa descobriu a reunião no Palácio. Em outra reunião, Jair Bolsonaro teria pedido ao hacker que assumisse um grampo que teria conseguido num esquema internacional no celular de Alexandre de Moraes para ouvir suas conversas e anular a eleição. Bolsonaro teria prometido um indulto se ele fosse preso e se algum juiz o prendesse ele próprio prenderia o juiz. Em seguida pôs o hacker em contato com o Ministério da Defesa.

DEFESA ENVOLVIDA
Ali Delgatti Neto assessoraria à Defesa que procurava meios de provar a vulnerabilidade das urnas. O hacker teria participado de várias reuniões no Ministério da Defesa auxiliando o Alto Comando na elaboração do relatório que foi apresentado ao TSE e que, mesmo não achando nada, colocava dúvidas na segurança das urnas. O relatório, segundo Delgatti, foi elaborado segundo suas instruções. Os militares estavam envolvidos até o pescoço na tramoia golpista.

QUER ACAREAÇÃO
Afora às instruções ao Ministério da Defesa, nenhuma das outras propostas chegaram a prosperar. Delgatti ficara conhecido por invadir os sistemas da Lava jato e denunciou os acertos de procuradores e juízes – no que a imprensa chamou de “Vaza Jato” – e acabou por anular as decisões contra Lula que foi solto e conseguiu ser candidato. Ele disse ainda que topa ser acareado na CPI com generais da Defesa, Carla Zambelli e até com o próprio Jair Bolsonaro.

JUIZ DAS GARANTIAS
O Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria favorável até agora por 6 a 1, à instalação obrigatória do “Juiz das Garantias” que divide a responsabilidade dos processos entre dois magistrados. Faltam ainda votar quatro ministros. Pelo instrumento, casos criminais passariam a ter um juiz que autoriza as diligências na investigação e outro que julga o réu. O Sistema foi aprovado no Congresso Nacional na esteira do vazamento de conversas entre procuradores e o juiz Sérgio Moro. O Juiz das Garantias já é comum em alguns países democráticos.

MELHORES EXPLICAÇÕES
A população brasileira espera melhores explicações das autoridades dos reais motivos que levaram ao apagão de terça-feira (15/08) e que afetou 25 estados e o Distrito Federal. Ficaram sem energia por até 6 horas. Investigações iniciais apontam para um problema numa das linhas da Chesf, subsidiária da Eletrobras, mas é pouco, precisa da explicação completa para evitar o caos que a população viveu em hospitais, indústrias, comércio e residências com muitas perdas. Em vez de mimimi e holofotes políticos, há que se dá conta do ocorrido!