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Trem Intercidades: Alesp impulsiona projeto que beneficiará milhões de pessoas na Capital e Interior

Projeto aprovado em junho na Casa, de forma unânime, viabiliza verba para obras de adequação de linha férrea para transporte de passageiros entre São Paulo e Campinas

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Conclusão das obras está prevista para 2030

Incentivar a circulação entre dois dos maiores centros urbanos brasileiros e facilitar um intercâmbio de trabalho, comércio, cultura e lazer entre milhões de pessoas. Em junho, os parlamentares da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo aprovaram, por unanimidade, o PL 912/2023, que promove uma adequação na Lei Estadual 17.386/2021 e garante que o Executivo possa contrair empréstimos de até R$ 6,5 bilhões junto a instituições financeiras. Esse passo foi fundamental para viabilizar parte das obras de preparação da linha férrea entre a Capital e o município de Campinas, ou seja, tirar do papel o tão esperado Trem Intercidades para passageiros.

O percurso total será de 96 quilômetros, com duração de aproximadamente uma hora entre a Capital e Campinas, com única parada em Jundiaí. Estarão disponíveis 15 trens para a execução do serviço, que sairão a cada 15 minutos nos horários de pico e terão uma capacidade média de 800 passageiros por viagem. A tarifa média anual será de até R$ 50,00. O investimento total será de R$ 13,5 bilhões e o leilão está marcado para o dia 29 de fevereiro. A expectativa de entrega e início de funcionamento é 2031.

DESENVOLVIMENTO

Ciente da importância desse passo para o desenvolvimento paulista, o líder do governo na Alesp, o deputado Jorge Wilson Xerife do Consumidor (Republicanos), afirmou que toda essa estrutura vem para dar mais alternativas à mobilidade urbana. “Vamos continuar trabalhando para que o cidadão paulista tenha um serviço de qualidade e que essa medida possa impactar de forma positiva a vida das pessoas”, afirmou o parlamentar.

A colega Valéria Bolsonaro (PL), que tem sua base em Campinas, acompanhou o andamento do processo de perto. “O transporte ferroviário é uma das principais pautas [de sua região], e hoje vemos que tudo caminha de forma muito favorável”, comentou a deputada.

FRENTE PARLAMENTAR

No último mês de outubro, foi lançada na Alesp a Frente Parlamentar para Discussão e Aprimoramento da Legislação e de Políticas Públicas da Malha Ferroviária do Estado de São Paulo, sob a coordenação do deputado Dirceu Dalben (Cidadania). O grupo conta com o apoio de outros 42 parlamentares, das mais diversas legendas. O objetivo é resgatar a antiga – e gloriosa – vocação do transporte de passageiros e cargas por ferrovias paulistas.

“Um país continental como o Brasil, com uma grande capacidade econômica, nunca deveria ter deixado de lado a matriz do transporte ferroviário. Criamos, aqui na Casa, um instrumento da sociedade civil e das entidades governamentais para que possamos unir forças, aprimorar a legislação, acompanhar e fiscalizar as obras dos projetos futuros nesse setor. Tudo para que a população receba o benefício principal”, afirmou Dalben.

O deputado Barros Munhoz (PSDB), que apoiou a criação da frente parlamentar, ressaltou a importância do Legislativo se manter vigilante em relação a esse tema. “Essa é uma causa justa e devemos oferecer o máximo de empenho. O assunto merece toda a nossa atenção”, comentou. “Estamos falando de uma das principais formas de transporte das riquezas do Brasil”, acrescentou o deputado Rui Alves (Republicanos).

CAMINHOS

O piloto de linha aérea Marcos Pizzato faz o trajeto entre Campinas e São Paulo, quase que diariamente, há 30 anos. “Já fiz boa parte desse caminho de carro, depois fui para o ônibus, daí voltei para o carro. A ideia de um trem é boa, mas precisa realmente sair do papel. Se ele for moderno e fazer essa ligação em um tempo decente, é algo muito bom porque vai unir a velocidade do carro com o conforto do ônibus, sem o caos do trânsito. Torcendo para ele virar uma realidade o mais breve possível”, afirmou. “O transporte por trem é mais barato do que o feito pelo sistema rodoviário e pode desafogar esse caótico trânsito que a gente conhece atualmente”, reforçou Pizzato.

O engenheiro Cássio Garcia é outro que fez das estradas entres as duas regiões metropolitanas a sua rotina por muito tempo. “Trabalhei 14 anos em São Paulo, morando em Campinas. Dirigia todos os dias porque trabalhava na área comercial e tinha horários imprevisíveis. Não podia usar ônibus fretados, por exemplo. Um trem ligando as duas cidades e integrado ao metrô seria uma opção muito mais adequada e segura, além de desafogar o trânsito da Capital”, aprovou Garcia.

INVESTIMENTOS

Além de agilizar o transporte de milhares de pessoas diariamente, o Trem Intercidades também será um importante meio para alavancar a economia entre a Capital e o Interior como um todo. Quem atesta isso é Adriana Flosi, presidente da Associação Comercial e Industrial de Campinas (Acic). “A implementação do modal ferroviário Campinas-São Paulo é uma iniciativa benéfica para todas as partes envolvidas. Os passageiros terão mais opções de transporte para chegar até a Capital, complementando os sistemas rodoviários da Anhanguera e Bandeirantes. Além disso, essa iniciativa promove a sustentabilidade e valoriza o transporte coletivo”, aprovou ela. “Pessoalmente, defendo a valorização das ferrovias no País e reconheço a sua importância. Isso impulsionará investimentos e desenvolvimento, contribuindo para o crescimento econômico e comercial de toda a Região Metropolitana de Campinas”, assegurou a presidente da Acic.