Nesta quinta-feira (14) comemora-se o Dia Mundial do Rim, evento criado pela Sociedade Internacional de Nefrologia (ISN) para alertar pessoas em mais de 150 países sobre a importância da saúde dos rins, a prevenção e o diagnóstico precoce da Doença Renal Crônica (DRC) problema global de saúde pública que mantém 140 mil pacientes realizando diálise no país e uma das cinco causas de mortes no mundo.
Neste ano, a Sociedade Brasileiro de Nefrologia (SBN) o tema da campanha é “Saúde dos Rins – Exame de Creatinina Para Todos: porque todos têm o direito ao diagnóstico e acesso ao tratamento”. O exame de creatinina é um teste que avalia o funcionamento dos rins medindo a concentração de uma substância que é produzida pelo metabolismo muscular e eliminada pela urina.
O nefrologista do Hospital do Rim da Santa Casa de Araçatuba, Guilherme Augusto Ugino, considera a campanha fundamental para a visibilidade de uma forma simples e rápida de diagnosticar a Doença Renal Crônica”. “Por ser um exame barato e disponível no Sistema Único de Saúde (SUS), a maioria dos pacientes que descobre a Doença Renal Crônica é por meio do exame de creatinina. A maioria dos pacientes atendidos pelo Hospital do Rim, descobriram a Doença Renal Crônica por meio deste procedimento”, afirma o nefrologista.
De acordo com Ugino, o diagnóstico precoce da DRC é essencial porque pode evitar a necessidade, na maioria das vezes, de recorrer à hemodiálise. “A indicação é fazer este exame pelo menos uma vez ao ano. Ele é indicado, principalmente, para os pacientes que têm fatores de risco para as doenças renais: hipertensos, diabéticos, tabagistas, pessoas com mais de 50 anos, pacientes obesos e quem tem doença cardiovascular”, diz.
HOSPITAL DO RIM DE ARAÇATUBA É REFERÊNCIA
Com média de 350 pacientes por mês, o Hospital do Rim, unidade do Serviço de Nefrologia da Santa Casa de Araçatuba, é referência desta alta complexidade para 40 cidades da região. Em 2023, foram realizadas e 49.920 sessões de hemodiálise. Desse total, 97% foram para pacientes do SUS.
Com equipe multidisciplinar formada por cinco médicos nefrologistas e 67 profissionais de enfermagem e profissionais das áreas de fisioterapia, nutrição, psicologia e suporte de médicos especialistas em Angiologia e Cirurgia Vascular, o Hospital do Rim mantém estrutura de tratamento (hemodiálise e diálise peritonial) e ambulatório médico para as primeiras consultas de pacientes encaminhados que precisam de avaliação especializada e acompanhamento dos pacientes em tratamento. No ano passado, foram realizadas 2.023 consultas.
No total, são 64 máquinas de hemodiálise que funcionam em três turnos que começam às 5h e são encerrados às 21h. A diretoria do hospital tem buscado o aumento de máquinas para a unidade, que não tem conseguido atender toda as novas demandas. A diretoria do hospital tem buscado o aumento de máquinas para a unidade para ampliar a capacidade de atendimento.
De acordo com Ugino, em torno de 30 pessoas estão na fila para iniciar o tratamento de hemodiálise no Hospital do Rim. “Essa espera número reflete uma realidade em todo o país”, afirma. Dados do Ministério da Saúde reforçam a visão do nefrologista. Somente em 2023, o Brasil registrou 90 milhões de atendimentos ambulatoriais relacionados à insuficiência renal na rede pública.
“É importante que a população esteja atenta às doenças renais. Na maioria das vezes, é uma doença silenciosa, mas que tem fácil diagnóstico”, finaliza o nefrologista.