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Fumo de ‘vapes’ pode aumentar risco de abortos

Pesquisa realizada nos EUA evidenciou que sabores menta e mentol aumentam em 227% probabilidade de morte fetal

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Sabores de menta ou mentol nos vapes pode aumentar riscos para mãe e bebê

A popularidade dos cigarros eletrônicos alcançada no ano passado segue trazendo novas preocupações para a área da saúde.

Um estudo conduzido nos Estados Unidos, sugeriu recentemente que o uso de certos sabores de ‘vapes’ podem aumentar os riscos de se ter um aborto espontâneo.

Na pesquisa realizada por três universidades dos EUA, foram analisadas, 600 mulheres que tinham passado por gestação há pouco tempo. Dentro do grupo algumas afirmavam ter utilizado o ‘vape’ ao longo da gravidez.

VAPES DE VITAMINAS

Uma nova promessa chega ao mercado: “vapes de vitaminas”, que seriam saudáveis e sem nicotina. O produto, promete até mesmo uma melhora do desempenho durante atividades físicas.

Segundo o pneumologista Dr. Flávio Arbex, anúncios como esses são enganosos, pois qualquer tipo de cigarro – eletrônico ou não – é prejudicial à saúde, independentemente de sua composição e finalidade.

A Anvisa ainda reforça que esse tipo de vape não possui qualquer comprovação científica, nem mesmo regularização para circular no mercado brasileiro.

“Mesmo que o objeto supostamente não possua nicotina, trata-se de uma tecnologia que apresenta riscos específicos que podem prejudicar a qualidade de vida do usuário. Sintomas como falta de ar, tosse, dores no peito, febre e calafrios, náusea, vômito e dor abdominal, batimento cardíaco acelerado e respiração rápida e superficial são frequentemente relatados”, explica o especialista.

​Um estudo publicado no The New England Journal of Medicine associa uma substância a uma doença causada pelos cigarros eletrônicos: a vitamina E. Denominada de EVALI (lesão pulmonar induzida pelo cigarro eletrônico), a enfermidade foi identificada ainda em 2019 e é uma injúria semelhante a diversas outras doenças pulmonares.

“Embora a causa desse problema não esteja totalmente esclarecida, o acetato de vitamina E é amplamente reconhecido como um dos principais agentes causadores de lesões pulmonares associadas ao uso dos mecanismos eletrônicos”, diz Arbex.

​Diante desse cenário, o pneumologista reforça a importância em não adquirir ou propagar informações sobre esses tipos de produto, pois mesmo que contenham apenas vitaminas, ainda não são, de forma alguma, saudáveis.

O vazamento de metais para o aerossol, que ocorre no uso dos vapes, pode ser ainda mais perigoso que a nicotina de um cigarro comum, como destaca o especialista. “O níquel, presente em níveis elevados, é associado a câncer de pulmão, doenças cardiovasculares, fibrose pulmonar, pneumonia e até insuficiência respiratória.”

VENDA PROIBIDA NO BRASIL

De acordo com a Resolução nº 46, de 28 de agosto de 2009, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), é proibida a comercialização, a importação e a propaganda de quaisquer dispositivos eletrônicos para fumar, entre eles o cigarro eletrônico.

A normativa, em seu primeiro artigo, é ainda mais específica: estão proibidos quaisquer dispositivos eletrônicos que aleguem a substituição de cigarro, cigarrilha, charuto, cachimbo e similares no hábito de fumar ou que objetivem alternativa no tratamento do tabagismo. Ou seja: há mais de dez anos os cigarros eletrônicos são sim proibidos no Brasil.