O câncer é uma das doenças mais desafiadoras do ponto de vista físico e emocional, e a reabilitação pós-tratamento é fundamental para a recuperação da qualidade de vida dos pacientes. Nesse cenário, o treino de força vem ganhando destaque como uma das práticas recomendadas para quem passou por tratamentos oncológicos, auxiliando na recuperação do corpo e no bem-estar geral.
A prática de exercícios de força envolve o uso de resistência, seja por meio de pesos, elásticos ou o próprio peso corporal, com o objetivo de aumentar a massa muscular, a força e a resistência física. Para pacientes em recuperação, essa modalidade de atividade física melhora a mobilidade, a autonomia funcional e auxilia na redução de efeitos colaterais comuns do tratamento.
BENEFÍCIOS DO TREINO DE FORÇA NA REABILITAÇÃO PÓS-CÂNCER
Pacientes que adotam atividades físicas controladas, incluindo exercícios de resistência, apresentam menor risco de recorrência da doença, além de uma melhora significativa na qualidade de vida. A prática regular de exercícios ajuda a combater a fadiga, melhora o sono, regula o humor e, sobretudo, fortalece o sistema imunológico.
Além disso, o treino de força está associado ao aumento da densidade óssea, algo especialmente importante para quem passou por tratamentos como quimioterapia e radioterapia, que podem enfraquecer os ossos e torná-los mais suscetíveis a fraturas.
Os exercícios de resistência, por estimular os músculos e os ossos, promovem a regeneração e o fortalecimento das estruturas corporais, contribuindo para a prevenção de osteoporose e outros problemas ortopédicos.
Outro benefício relevante é o impacto positivo na saúde mental dos pacientes. O enfrentamento do câncer pode trazer consequências emocionais profundas, como ansiedade e depressão. O treino de força, ao proporcionar uma sensação de progresso e superação, contribui para a melhora da autoestima e para a redução do estresse, promovendo uma recuperação mais equilibrada.
O IMPACTO DO TREINO DE FORÇA NO CÂNCER DE MAMA
Um estudo recente do Centro Universitário de Brasília (CEUB) destaca a importância do treino de força como uma ferramenta eficaz na reabilitação de pacientes.
De acordo com a pesquisa, mulheres que adotaram uma rotina de exercícios de resistência após o tratamento apresentaram uma melhora significativa em sua força muscular e capacidade funcional. Esses exercícios foram capazes de reduzir os níveis de fadiga e melhorar a mobilidade, permitindo que as pacientes retornassem mais rapidamente às suas atividades diárias.
O estudo também destaca que o treino de força é capaz de minimizar os efeitos do linfedema, uma complicação comum entre mulheres que passaram por cirurgia de remoção de linfonodos na luta contra o câncer de mama. A prática controlada dos exercícios ajudou a prevenir o inchaço dos braços, condição associada ao linfedema, e a melhorar o fluxo linfático.
RECOMENDAÇÕES PARA A PRÁTICA SEGURA
Especialistas recomendam que o início dos exercícios seja supervisionado por profissionais capacitados, como fisioterapeutas e educadores físicos com experiência em reabilitação oncológica. Isso garante que os movimentos sejam realizados corretamente, evitando lesões e garantindo que o paciente alcance os melhores resultados.
É importante também que os pacientes se submetam a uma avaliação médica completa antes de iniciar qualquer atividade física. Isso inclui uma análise do estado atual de saúde, das possíveis sequelas deixadas pelo tratamento e das condições específicas do tipo de câncer enfrentado.
A combinação de atividade física com cuidados médicos adequados forma uma base sólida para uma recuperação saudável e equilibrada.