Após determinar a prorrogação da quarentena em São Paulo até o dia 31 de maio, o governador de São Paulo, João Doria, disse nesta sexta-feira (8) que pode adotar medidas mais críticas, como o lockdown (fechamento total, em inglês), caso encare-o como uma medida necessária para o combate à pandemia do novo coronavírus (covid-19) no estado. Segundo ele, a medida poderá ser adotada até mesmo antes do dia 31 de maio, período previsto para acabar a quarentena no estado.
O lockdown é um tipo de medida mais radical imposta por governos e que proíbe o deslocamento das pessoas e exige o fechamento das atividades consideradas não essenciais. Para garantir o lockdown, os governantes costumam prever aplicação de multas ou prisões. Neste caso, as pessoas só podem sair de casa para a compra de alimentos ou transporte de doentes, por exemplo.
“Não descartamos medidas mais restritivas. Ela não está sendo aplicada no momento. Não há protocolo iminente, mas ele não está descartado. Esperamos que ele não tenha que ser praticado, mas dependemos muito [da adesão da população]”, disse o governador. Quando fala de adesão, o governador se refere à medida de se manter em isolamento, em casa, evitando sair de casa. A taxa de isolamento social hoje no estado foi de apenas 47%, bem abaixo do que o governo considera ideal, em torno de 70%. Mas o governo já considera satisfatório quando a taxa atinge 55%, o que, segundo o governo, evita a propagação da doença. “Se houver necessidade de endurecimento [das medidas], adotaremos. Nosso compromisso é salvar vidas”, falou o governador.
AMPLIAÇÃO DO ISOLAMENTO
Nesta sexta, Doria anunciou a manutenção da quarentena no estado paulista até o dia 31 de maio. Segundo o governo paulista, a medida só começará a ser flexibilizada quando houver a redução sustentada dos números de novos casos de covid-19 por 14 dias e quando a manutenção da ocupação dos leitos das unidades de terapia intensiva (UTI) estiver em patamar inferior a 60%.
O estado de São Paulo chegou hoje a 3.416 óbitos pelo novo coronavírus, sendo que 210 foram registradas nas últimas 24 horas. Além da capital paulista, já foram registrados óbitos em outros 170 municípios. Os óbitos continuam concentrados em pacientes com 60 anos ou mais, totalizando 73,2% das mortes.
Já o número de casos confirmados chegou a 41.830, atingindo 398 municípios do estado.
Há ainda 3.474 pacientes internados em UTIs e 5.622 em enfermaria, com suspeita ou confirmados para o novo coronavírus. A taxa de ocupação dos leitos de UTI reservados para atendimento a covid-19 é de 70,5% no estado paulista e de 89,6% na Grande São Paulo.