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Benedito Carlos – A vida de Dico Paraguai

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Benedito Capa

Benedito Capa

A história de “Dico Paraguaio”, o bom marceneiro e ferroviário, possui a essência do trabalho e do pensamento voltado para a família. Sua vida é de lutas e de carinho aos 9 filhos que criou ao lado da sua querida esposa Maria.

Benedito Carlos nasceu em 2 de junho de 1924, na zona rural de Boa Esperança do Sul. Filho de Olímpio Carlos e de Izolina Rodrigues Carlos, “Dico Paraguaio”, como era conhecido, foi o terceiro filho do casal e tinha 8 irmãos: Antônia, Agda, Aracy, Catarina, João, Bento, Ezidoro e Brás.

Cedo teve que enfrentar as dificul-dades da vida. Após as primeiras letras, Benedito, aos 14 anos de idade, numa época em que estudar era tarefa difícil, iniciou sua luta pela sobrevivência, trabalhando como dormenteiro, extraindo das matas enormes árvores, lavrando os troncos com seu machado de 7 libras, os quais se transformavam, em suas mãos, em dormentes simétricos que suportariam os trilhos da estrada de ferro. Nessa época, trabalhava com o empreiteiro Benedito de Oliveira, mais tarde Prefeito Municipal de Araraquara.

Após viver alguns anos em Boa Esperança do Sul, “Dico” transferiu sua residência para Araraquara, trabalhando como marceneiro na empresa de Hugo Negrini, nas imediações do bairro do Carmo. O Móveis Negrini imperavam como sinônimo de qualidade. Ele casou-se em Araraquara no dia 18 de dezembro de 1948, com Maria Redondo, filha dos espanhóis Diego Redondo e Ephigênia Garcia. Desse matrimônio nasceram 8 filhos homens: Ariovaldo, comerciante, casado com Rosa Furilli Carlos; José Roberto, contabilista, casado com Maria José de Oliveira Carlos; Haroldo, engenheiro mecânico, casado com Helena Caparica Carlos; Benê, contabilista e advogado, casado com Silvia Lorencetti Carlos; Assis, engenheiro eletricista, casado com Ligia de Mello Lima Carlos; João Paulo, motorista, casado com Sandra Regina Silva Carlos; Eraldo, administrador de empresas e comerciante, casado com Nilva Caetano Carlos; Emerson, médico anestesista, solteiro e a filha Joelma, solteira. Sua descendência completa-se com 17 netos e o bisneto Renan.

Após um período de trabalho na firma de Hugo Negrini, “Dico Paraguaio” ingressou no quadro de funcionários da Companhia Paulista de Estrada de Ferro, onde trabalhou na função de conferente, até se aposentar no ano de 1975.

“Dico Paraguaio” foi homem de muitos amigos, amigos de todas as classes so-ciais, tinha como paixão o futebol, a música sertaneja de raiz e a pescaria. Gostava também de caçar – quando a caça era liberada. No futebol, foi jogador do Paulista Futebol Clube, da Atlética Ferroviária onde foi campeão amador como jogador e como técnico, também escrevia poesias que falavam das suas origens e do valor da terra,nas reuniões de família demonstrava seus dotes de excepcional cantor, sendo do seu círculo de amizades duplas como Liu e Léo, Pedro Bento e Zé da Estrada e tantos outros que frequentaram sua modesta casa só para cantar.

Assim viveu “Dico Paraguaio”, pai de uma família numerosa, dono de uma casa cheia de bons filhos e trabalhadores. E juntamente com sua esposa conseguiu educar e formar todos eles, tornando-os cidadãos queridos em nossa sociedade.

Benedito Carlos, homem simples, cordial, trabalhador, faleceu em 8 de junho de 1996, poucos dias após completar 72 anos, deixando saudades. Está sepultado no Cemitério São Bento. Sua esposa, dona Maria Carlos, reside em nossa cidade cercada do carinho dos filhos e netos.

Seu nome está na rua através de Lei nº 4732, de 12 de setembro de 1996, de autoria do vereador José Alberto Gonçalves, o “Gaeta”, que era seu amigo pessoal, denominada Rua Benedito Carlos à antiga Rua “1” do loteamento Vila Vieira, nos Altos da Vila Xavier.