“GOVERNO TÉCNICO”
O prefeito eleito de Araraquara, Luiz Cláudio Lapena Barreto (PL), concedeu uma longa entrevista ao nosso grande O Imparcial em que traçou detalhes dos estudos para governar a cidade a partir de 1º de janeiro de 2025. Prometeu um “governo técnico com gestão rigorosa” com muito controle de tudo. Ele foi eleito com 49.18% dos votos válidos: 55.158 sufrágios sobre sua principal concorrente Eliana Honain (PT) que recebeu 45.16% dos votos: 50.647.
CARGOS DE CONFIANÇA
Para equilibrar as contas da Prefeitura que segundo disse tem uma dívida perto de R$ 1 bilhão, pretende reduzir sobremaneira os cargos comissionados que na sua opinião “são exagerados”. Lembro-me aqui que somente no DAAE, Edinho Silva criou 51 cargos de confiança e perguntei ao gestor que era meu amigo se eles não tinham medo de quebrar a autarquia, cujo modelo de gestão da água e do esgoto era o melhor do país. Ele disse que era “necessário criá-los”.
“SERIEDADE/TRANSPARÊNCIA”
Lapena disse também que o araraquarense pode “confiar e esperar seriedade e transparência” no seu governo com gestão financeira rigorosa dos recursos públicos para sobrar dinheiro para realizar o que for preciso. Sobre a tarifa gratuita dos transportes coletivos, pretende criar um fundo municipal com o apoio da iniciativa privada, estudar as linhas mais carentes e começar aos poucos por elas até que toda cidade possa contar com o transporte público gratuito.
CONFIANÇA NA VITÓRIA
Para conseguir recursos federais vai contar com o apoio da bancada de deputados federais e senadores de seu partido e de aliados, além de emendas. Sobre as escolas cívico-militares – cuja contenda está no STF – afirmou que assim que for resolvida a questão, o governador Tarcísio de Freitas prometeu construir uma primeira unidade na cidade. Amigo de Lapena, que é sempre consultado me disse que o médico não esperava ser eleito. Sua assessoria me disse, no entanto, que eles trabalharam com afinco e sempre acreditaram na vitória! E ele ganhou!
CONCESSÃO DO LIXO
O vereador Rafael de Angeli (Rep), mais votado dessa legislatura, nos enviou informações sobre a concessão da gestão do lixo na cidade. Ele entrou com uma Ação Popular contra o prefeito Edinho Silva (PT) buscando a sua suspensão imediata porque segundo disse “o serviço vai gerar um prejuízo de quase R$ 300 milhões” que foi o valor pago a mais pela empresa vencedora da concorrência. “Significa que, certamente, a coleta ficará mais cara à população”.
TCE SUSPENDE LICITAÇÃO
De Angeli afirmou que pediu informações à Prefeitura e obteve apenas que a empresa vencedora “possui qualidade técnica na coleta do lixo”. Segundo nos contou, a Estre Ambiental S/A, “que é investigada pela Lava Jato, venceu a concorrência com o preço mais caro sobre a Urban e a Fornort, cujas propostas estavam R$ 300 milhões a menos”. Disse ainda que o TCE já determinou a suspensão da licitação e o Tribunal de Justiça aguarda o julgamento do mérito.
PL DA ANISTIA
Continua a polêmica do projeto de lei que prevê anistia aos condenados pelos ataques golpistas de 8 de janeiro de 2023, quando vândalos invadiram e quebraram os prédios do Congresso, do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Palácio do Planalto. O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), criou uma Comissão Especial para discuti-lo, retirando-o da CCJ e que iria a plenário no último dia 29/10 sem acordo. O PL era favorável e o PT era contra.
DOR PARA TODOS
Lira disse que o projeto estava sendo usado inapropriadamente para negociar a sua sucessão e por isso interferiu. “Tínhamos uma posição de cuidado com esse assunto porque ninguém pode esquecer o que aconteceu. Há reclamações das penas… Tem dor para todo lado: dor da democracia, dor institucional e dor das pessoas que em tese podem estar sendo penalizadas”. Jair Bolsonaro sonha com esse projeto para salvar a pele e se livrar da (justa) inelegibilidade.
NÃO AO PERDÃO!
O presidente da Câmara prometeu, no entanto, que ainda vai resolver o caso este ano até o fim de seu mandato, mas o futuro presidente da Casa, Hugo Motta (Rep-PB), ao oficializar a candidatura, falou em “injustiças” pelas penas aplicadas, sinal de que se o projeto cair na sua gestão certamente vai lutar para aprová-lo. Não acredito que o Congresso vá envergonhar mais uma vez nosso país! Caso se ameace o perdão, as instituições, os democratas têm que sair às ruas para impedi-lo. Os golpistas têm que pagar pelos crimes contra a democracia!
ELEIÇÃO AMERICANA
Foi encerrada, aquela que é considerada a eleição mais importante do mundo, a dos Estados Unidos da América (EUA), com vitória com certa folga do empresário e ex-presidente Donald Trump (Rep) sobre Kamala Harris (Dem). Trump obteve 51% dos votos: 71 milhões de sufrágios e Kamala, conseguiu o apoio de 47,5% dos eleitores, com um saldo de 66 milhões de votos. Uma diferença de 3,5% de Trump para Harris, uma média de 5 milhões de votos.
ELEIÇÃO INDIRETA
O ex-presidente que volta à Casa Branca após quatro anos, venceu nos votos dos americanos e compôs a maioria de delegados, 277, sete a mais do que o necessário para a sua eleição, cuja maioria simples é de 270. Em 2016 quando se elegeu, ele passou raspando. Teve menos votos que sua concorrente Hilary Clinton, mas fez a maioria do Colégio Eleitoral – calculado segundo a população e também pelo número de parlamentares dos 50 Estados do país e Washington DC – que é de fato quem elege o presidente dos EUA, numa espécie de eleição indireta.
“DIÁLOGO E TRABALHO”
Kamala Harris compôs 224 membros do Colégio Eleitoral, cerca de 53 a menos que Trump. No discurso da vitória o presidente eleito falou de imigração, economia e de construir uma América mais forte e líder e foi comedido nas palavras, sem ataques a ninguém como é do seu feitio. O presidente Lula (PT) que torcia por Kamala Harris, desejou boa sorte para Trump e disse que “o mundo precisa de diálogo e trabalho conjunto”. O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), eufórico, afirmou que “a vitória de Trump inspira o Brasil. Nós seguiremos o mesmo caminho”, numa menção de que em 2026, ele retornará ao governo do Brasil pelo voto.
PRAGMATISMO QUE MANDA
O mundo democrático, ambientalistas e defensores de políticas progressistas torciam pela vitória de Kamala Harris porque consideravam Trump conservador de direita, golpista e braços dados com políticas conservadoras. Toda a pauta do clima com o aumento da temperatura da terra vai mudar sob a liderança do atual presidente eleito. É um perigo! Mas para o Brasil não muda muito a eleição de Trump. Tanto nas relações comerciais, como políticas, o que manda na relação com os países é o pragmatismo e assim deve continuar para o bem de todos.