Chamam-me de Marrom, Marronzinho, Caramelo, mas na verdade não me acostumei com nenhum deles. Cãozinho como eu, filhote ainda, que perambula por todos os cantos, é difícil acostumar com um nome, pior ainda – de nos acostumarmos com a vida andarilha. Já se passaram creio quatro meses desde que nasci e por enquanto, o que tive foi este jeito de viver. Estou aqui, estou ali, às vezes em lugar nenhum.
Por algum tempo fiquei no Posto de Saúde do Parque São Paulo, mas sinto que em algumas ocasiões até incomodo, então decidi sair. Nem sei como atravessei a cidade. Talvez me deram a esperança de uma vida melhor e me trouxeram pra cá. Hoje, um coração generoso me dá água, comida, mas sei que é por pouco tempo porque aqui há outros animais. Conviver é difícil. Tenho que entender que eles são prioridades.
Se alguém quiser me adotar estou pronto para ter um lar definitivo, para amar e ser amado. Ser chamado pelo nome que me derem, desde que venha com muito carinho.
Espero por alguém no Condomínio Parque Atacama, Jardim Universal.
