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Toninho Deliza acredita na recuperação gradativa da economia após pandemia

Para o presidente do Sincomercio a projeção é de bom faturamento nesta última semana para que o comércio recupere um pouco do muito que perdeu no ano passado

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Antonio Deliza Neto, presidente do Sincomercio

Nesta segunda-feira (20), o presidente do Sincomercio, Antonio Deliza Neto, fez ao Portal RCIA breve análise sobre a abertura do comércio nos dois últimos fins de semana que antecedem o Natal em Araraquara, notadamente os domingos. “Ainda que o funcionamento do comércio aos domingos seja uma tradição, é verdade que havia uma expectativa maior em relação aos anos anteriores por causa da pandemia e da retomada da economia”, lembrou.

Segundo Deliza, o Sincomercio tem em convenção coletiva – dois feriados e dois domingos disponíveis que permitem a empresa interessada usar, com eventos ou promoções. Para ele é uma forma de proporcionar ao varejo maior liberdade nas suas ações de venda.

A abertura do comércio em horário especial este ano chegou com muita chuva atrapalhando a saída do consumidor da sua casa, porém isso dará um gargalo maior nesta semana que antecede o natal: “Como sempre as coisas acontecem de última hora, o pessoal com a entrada da segunda parcela do 13° com certeza vai vir ao comércio e fazer o seu consumo”, explicou.

Ele argumenta que o Natal sempre vende 30% a mais do que qualquer outra data importante do varejo e vê esse final de ano como excelente oportunidade para recuperar o caixa: “Mas, as coisas ainda estão bem complicadas, pois a pandemia não deixou de existir, a inflação está com dois dígitos, o combustível muito caro, os preços subindo, o poder de compra do consumidor se corroendo. Ainda assim, temos a expectativa de bom faturamento nesta última semana com a esperança de recuperarmos um pouco do muito que perdemos no ano passado”, completou.

EXPECTATIVA

9 de Julho, principal corredor comercial da cidade

Há quem diga que o comércio varejista na região de Araraquara (16 municípios) deverá crescer 5% em dezembro, de acordo com estimativa da Fecomercio, seguindo uma projeção em todo o Estado. Esse aumento está atrelado às vendas ocasionadas no período de festas natalinas, puxando ainda o faturamento pontuado pela passagem de ano.

Para os analistas da área de economia, o principal fator a influenciar nesses números será o pagamento do décimo terceiro salário e seu impacto maior nas compras de Natal, considerado decisivo pela entidade já que será pouco mais que o percentual registrado no final do ano passado. Também devem interferir nesse índice a maior oferta de crédito, as lojas funcionando normalmente e a maior circulação de consumidores sem as mesmas restrições verificadas em 2020.

Com a injeção do 13º salário seguindo os padrões pré-pandemia, o percentual recebido deve ser destinado ao consumo nesta época do ano. Isso significaria uma elevação de 47% em relação ao ano anterior. Dois fatores justificam a maior injeção do décimo salário. Em primeiro lugar, a expressiva expansão do contingente de trabalhadores com carteira assinada e, em segundo, o fato de que os aposentados e pensionistas, além de parcela significativa de empregados do setor privado, no ano passado, receberam a totalidade do pagamento até a metade do ano, a fim de atenuar a queda de renda provocada pela paralisação de vários segmentos produtivos e a elevação do desemprego.

Contudo existem outros indicadores que podem atrapalhar a expectativa positiva: a forte elevação em curso do nível de endividamento das famílias que, ao lado da inflação e do desemprego altos, provocam redução da massa de renda.

Entre as atividades do varejo, o segmento de vestuário é o que deve ter o melhor movimento de vendas no mês, com crescimento estimado de 28%, ante dezembro de 2020, quando mostrou uma retração de 22%, o pior desempenho entre todas na ocasião. Os supermercados (-2%), as farmácias e perfumarias (-3%) e as lojas de móveis e decoração (-5%) devem ser os destaques negativos deste ano

EM ARARAQUARA, MAIS SOBRE O NATAL

João Delarissa, do Núcleo de Economia do Sincomercio Araraquara

Um estudo elaborado pelo Sincomercio recentemente diz que, 67,7% dos consumidores devem efetuar as escolhas de forma presencial, além de mostrar que a principal forma de pagamento escolhida por 41,9% dos entrevistados é o parcelamento por meio do cartão de crédito, seguido pelo pagamento à vista com o benefício do desconto (32,3%), cartão de crédito à vista (17,7%), dinheiro (6,5%) e crediário (1,6%).

Já em relação ao ticket médio, o valor investido neste Natal será de R$148,55. A pesquisa apresenta ainda que, este ano, os investimentos em presentes não terão grandes alterações, uma vez que 51,6% dos participantes devem gastar o mesmo valor do ano passado, enquanto 21% gastarão um pouco menos e 12,9% um pouco mais, com prioridade de compra para itens de vestuário.

Para João Delarissa, economista do Núcleo de Economia do Sincomercio Araraquara, a escolha por essa categoria possui causas específicas. “Os resultados mostram que 25,8% dos entrevistados devem comprar roupas, calçados e bolsas. Essa necessidade provavelmente foi ampliada pelo período pandêmico, quando o setor foi pouco movimentado, e por serem itens que, para presentear, demandam baixo valor de investimento”, diz.

O direcionamento para o varejo de roupas em Araraquara neste ano, é o mesmo apontado pela Fecomercio em recente boletim econômico.