O Programa Municipal de Hortas Urbanas Comunitárias “Colhendo Dignidade” concluiu, no sábado (4), um curso de formação para 25 pessoas na horta do Jardim São Rafael, ao lado do CEU das Artes.
Presente no local, o prefeito Edinho fez a entrega dos certificados aos participantes do curso. O programa é uma parceria entre a Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social, por meio da Coordenadoria de Segurança Alimentar, e o Daae (Departamento Autônomo de Água e Esgotos).
O “Colhendo Dignidade” é uma proposta que atende e executa o preceito básico da Política Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, garantindo o acesso à alimentação, um dos direitos humanos fundamentais previstos no artigo 6º da Constituição Federal. Além disso, também proporciona integração entre os moradores do bairro.
No lançamento da horta do São Rafael foram plantadas mudas frutíferas em um espaço de 500 m². Depois, o local foi aumentado para 900 m², recebendo legumes e hortaliças.
A horta já está produzindo abobrinha, mandioca, tomatinho, pimenta, ora-pro-nóbis, hibisco, alface, rabanete, agrião, acelga, beterraba, cebolinha, salsa, couve-flor e couve, mas também foram plantadas mudas de amora, goiaba, manga, limão, tamarindo, acerola e pitanga, entre outras.
Quem também tiver interesse em participar pode procurar o Cras (Centro de Referência da Assistência Social) do bairro ou a própria horta comunitária. O programa ainda prevê a instalação das hortas nas seis regiões atendidas pelo “Territórios em Rede”, programa da Prefeitura focado na redução da vulnerabilidade social. Os próximos locais a terem a horta comunitária serão o Residencial dos Oitis, no Jardim Iguatemi, além da região do Valle Verde.
“Agradeço às mulheres e aos homens inseridos nesse projeto e que acreditaram na Prefeitura. O que for produzido aqui será distribuído para a comunidade. É um projeto de segurança alimentar”, destacou o prefeito Edinho.
“Esse projeto vincula a vulnerabilidade das famílias, a partir do Cras do bairro, à segurança alimentar. Percebemos uma maior aproximação do Cras, do entorno a esse local. São pessoas se apropriando de um terreno que estava vazio, abandonado, e fazendo dele a produção de itens que vão para a alimentação”, analisa a secretária de Assistência e Desenvolvimento Social, Jacqueline Barbosa.
Para o coordenador de Segurança Alimentar, Marcelo Mazeta, o espírito de comunidade é fundamental para que a horta urbana do São Rafael possa colher seus frutos.
“É um projeto com participação de vários setores do governo e que, depois, veio a campo para esse trabalho de mobilização da comunidade. O objetivo maior é o combate à fome e à miséria, diante de toda a conjuntura e a situação que nós enfrentamos. É um grupo bastante grande e coeso e que, além desse contato com a terra, vem produzir alimento de qualidade para consumo. É um projeto piloto e que vai se desdobrar para outras comunidades”, afirma.
Comida saudável
A gestora do projeto das hortas urbanas comunitárias, Enedina Andrade, destaca que os alimentos produzidos garantem saúde de qualidade aos consumidores e menor risco de doenças e com gastos com medicamentos.
“As horas urbanas são um processo de resgate da emancipação da pessoa, que pode produzir seu próprio alimento 100% saudável. As pessoas produzem o alimento no seu bairro, cuidam de um terreno que estavam sem utilidade e aprendem, junto com as outras, a forma de gestão desse trabalho comunitário”, afirma.
Enedina explica que parte do espaço receberá plantas mais altas, como as bananeiras, para formar uma agrofloresta. “Plantamos algumas espécies que irão crescer. Queremos inserir outras espécies que nos dão matéria orgânica para adubação. Aqui atrás [do terreno] será uma agrofloresta. E, na parte da frente, vamos produzir mais verduras e legumes”, relata a gestora.
Maria Angélica Ferreira, de 51 anos, foi uma das moradoras do São Rafael a concluírem o curso de formação. “Eu já gostava de mexer com a terra. E agora, então… A experiência é muito boa. É um aprendizado. Eu estava sem fazer nada, só em casa, até meio depressiva, então isso ajuda a abrir a mente”, explica.
No caso da Maria, a horta é ainda mais simbólica, já que fica em frente de sua residência, em um local onde antes só se via um terreno baldio. “Mesmo antes de saber que iria ter a horta, eu já estava plantando umas árvores aqui em frente. Depois, com a horta, foi melhor ainda”, concluiu.
Também estiveram presentes na conclusão do curso o gerente de administração do Daae, Helton Galvão, e Arlei Rosa dos Santos, representando a ATTAS Treinamento e Assessoria, parceira da Prefeitura na realização do treinamento.