A Prefeitura de Matão decidiu em junho recorrer à Justiça e buscar entender a razão da Prefeitura de Araraquara estar flexibilizando a quarentena e promovendo o relaxamento para atividades comerciais consideradas não essenciais. Uma decisão liminar ainda no final do mês aceitou as ponderações feitas pelo município de Matão e agora a Prefeitura de Araraquara se sente obrigada a rever o decreto. A decisão do TJSP – Tribunal de Justiça de São Paulo é assinada pelo desembargador e relator Élcio Trujillo.
Se isso de fato acontecer o prefeito Edinho Silva terá que apressar novamente o fechamento de barbearias, salões de beleza e até mesmo de academias. A medida de restrição poderá bares, lanchonetes e restaurantes que vem realizando atendimento presencial, ainda que com regras específicas.
Em nota no final da tarde desta quarta-feira (15) a Prefeitura de Araraquara diz que acredita ter sido essa iniciativa da Prefeitura de Matão um ato impulsivo e pouco reflexivo, isolado, diante do sentimento da maioria da população. E segue: “Temos ainda a certeza que essa ação desagregadora e pouco fraterna não reflete o pensamento do povo irmão da Terra da Saudade. Da nossa parte, reafirmamos a nossa disposição de continuarmos agregando forças para derrotarmos o coronavírus na nossa região. Acreditamos que quando se trata de saúde pública tem que se fugir de toda politização. O que deve nos unir é um único objetivo: salvar vidas. Desta forma, queremos afirmar que as estruturas montadas pela Prefeitura de Araraquara continuam a disposição do poder público de Matão, caso a população matonense assim necessitar”.
Na verdade a ação proposta por Matão está fundamentada no fato de que Matão faz parte do Departamento Regional de Saúde (DRS), do qual Araraquara é sede; ambas as cidades compõem a mesma região do Plano São Paulo para retomada da economia. Outro detalhe levantado por Matão é de que Araraquara deve ser vista como um polo natural de atração de moradores de cidades vizinhas. Neste caso, essa abertura e facilidade de locomoção podem propagar a pandemia, o que já estaria ocorrendo.