
Quem faz visitas aos seus entes queridos no Cemitério das Cruzes (Britos), tem a grata surpresa de encontrar Fumaça e sua amiga Laika, que passam o dia passeando em meio aos túmulos, acompanhando os funcionários.
Fumaça é o cão mais conhecido no bairro do Vale do Sol, e paira sobre ele histórias que fomos conferir.
Valdeilson Luis, funcionário de uma terceirizada que presta serviço no cemitério há cerca de um ano e meio, conta que em março de 2019, foi a primeira vez que viu o cachorro acompanhando um enterro. O rapaz que cuidava do Fumaça faleceu e ele acompanhou o sepultamento juntamente com a família.

O funcionário recorda que “uns 15 dias depois, o cão começou freqüentar o cemitério todos os dias, sempre passando pelo túmulo do seu cuidador e no restante do dia, acompanha todo e qualquer enterro que acontece, sempre discreto, não late para ninguém, só se algum cachorro passa na rua ele fica bravo”, diz ele.
O funcionário disse também que o cachorro sempre chega logo pela manhã, “às vezes o tutor dele que mora no Parque Igaçaba, o traz, e deixa também, a comida dele para o dia todo, e toda noite vem buscá-lo com sua caminhonete”, afirmou ele.
No dia que a reportagem foi até o cemitério, o funcionário comentou que por volta das 15h30 sempre é encontrado parado em frente ao túmulo do rapaz que cuidava dele. “Todos os dias ele para na frente do túmulo, fica olhando por um tempo e depois volta a correr pelo cemitério, nos acompanhando nos trabalhos que fazemos”.

Ainda de acordo com Valdeilson, Fumaça foi adotado por essa família, pois antes ficava preso em um depósito de gás no Vale Sol. “Agora ele tem também uma amiga que o acompanha no cemitério, a Laika, que também tem tutor, e mora no mesmo bairro, um amigo que trabalha conosco dá comida para ela diariamente”, afirma o funcionário.
Fora do cemitério, os ambulantes que ficam na praça em frente aos Britos, todos conhecem Fumaça e comentam sobre sua história, achando divertido o fato de todas as tardes seu tutor parar a caminhonete em frente ao portão e ele entrar rapidamente e ir embora, como se o local fosse um tipo de creche, onde passa o dia brincando e matando sua saudade.

O Portal RCIA tentou contato com o tutor por várias vezes, mas não houve retorno.