Vira e mexe acompanhamos os ataques aos jornalistas, companheiros de imprensa, violentamente atingidos pela falta de compostura do homem público ou daqueles que se escondem nas redes sociais, buscando denegrir a imagem do profissional ou desqualificar uma informação segura.
Na verdade, não é de hoje que as redes sociais deram às pessoas total liberdade para se manifestarem, uns mais outros menos, porém em linhas gerais, elas deram poder de transformar muita gente em jornalista, analista, cronista, redator. Assim tem sido quando o ser humano se veste de jornalista e acaba escrevendo o que bem entende.
Está certo que para a liberdade de expressão, a Constituição garante a livre manifestação do pensamento e a livre expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença. É também um direito assegurado na Declaração Universal dos Direitos Humanos, de 1948, promulgada pela Organização das Nações Unidas.
Mas, o mundo tem dado uma arma nas mãos dos incautos, pois estes perderam o limite das ofensas e pregam o entendimento que a melhor defesa é o ataque. Se o homem público, e público é todo aquele que expõe a sua dignidade ao escrutínio alheio, logo deve aceitar a crítica – por que haverá ele de reclamar? Ele é público e a liberdade de expressão está fundamentada na informação, desde que seja ela real, verdadeira.
Em linhas gerais vemos que a liberdade de expressão é uma garantia fundamental ao exercício da cidadania. Ultimamente os políticos ou então simplesmente os homens públicos eles – em sua maioria – não aceitam a crítica, escondem a verdade, trabalham com a duplicidade jurídica, quer dizer buscam confundir a própria lei.
Lamentamos que a liberdade de expressão quando calcada na verdade seja sufocada pelo poder das amizades ou financeiro e nos sentimos entristecidos quando olhamos e vemos o mar de lama que se estende na vida do homem público, corrompido pelo prazer de se defender atacando. Numa comparação simples – ao agir assim o político nos faz lembrar o quadro em que participa o seu Peru na Escolinha do Professor Raimundo – levei mais um para a irmandade.
Essa é uma forma de se desviar o foco – falo que o jornalista não presta e assim vou me sentir mais forte. É isso que geralmente ocorre, mas a imprensa considera errônea essa forma de se pensar e agir.
Lembro-se de um questionamento que fizemos a determinado homem público sobre seu papel imoral na sociedade em que vive. Não respondeu e simplesmente disse – o melhor lugar para se ter estes esclarecimentos é o Ministério Público. Sem querer mas querendo, deixou transparecer que há entre os dois um gesto de amizade, irmandade. Mas só que não é bem assim pois o Ministério Público é formado por pessoas plenamente sérias, responsáveis e que não se envolvem em atos que desabonem a própria lei.
*Ivan Roberto Peroni, jornalista e membro da ABI, Associação Brasileira de Imprensa
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