OPINIÃO / Por Luís Carlos Bedran
Posições sobre os mais vários assuntos dificilmente são mudadas com o tempo. Isso não quer dizer, absolutamente, que os pontos de vista colocados estivessem certos, porque assuntos polêmicos, como o próprio nome diz, estão sujeitos a controvérsias, pois irão depender das opiniões formadas, se existentes, não apenas dos leitores, mas também daqueles que costumam lidar com ideias.
E o objetivo nunca deveria ser o de provocar discórdias, brigas, inimizades como ocorre frequentemente nas disputas políticas, religiosas ou futebolísticas, nem o de tentar convencer alguém, como se fosse uma missão social ou religiosa. É o caso deste articulista desde que começou a colaborar em jornais no século passado, em suas centenas de escritos, embora no início estivesse propenso a influenciar o leitor, com argumentos, sobre suas ideias.
Mas depois percebeu que isso não levaria a nada, porque o leitor, quanto muito, pode ou não concordar com o escrito porque, ou já tem pensamento formado sobre o assunto, ou, quando não, mantém sua posição e ponto de vista. E ponto final. Porém, às vezes fica em dúvida e então pode até mudar de pensamento. Mas isso é coisa rara.
Relendo alguns escritos, este articulista chegou à conclusão, que não é de hoje, de que não apenas os temas em que colocou suas ideias têm-se repetido ao longo dos anos, sob outras formas, como também eles conti- nuam, no mais das vezes, a ser objeto de polêmicas, o que demonstra que a História (ou os acontecimentos), como disse Karl Marx, “pela primeira vez se repete como tragédia e depois como farsa”.
Assim é que (agora discorro na primeira pessoa, deixando de lado a terceira, o que no vernáculo não é considerado de bom tom) já escrevi sobre pena de morte, corrupção, patrimonialismo, voto facultativo, democracia, direitos humanos, preconceitos, sociologia, religião, a evolução das espécies, sobre inúmeros temas filosóficos, como a verdade, a mentira, a amizade, a hipocrisia.
E também sobre vários artigos de nossa Constituição, partidos políticos, eleições, liberdade de cátedra, uma infinidade de assuntos. Sem contar alguns outros mais prosaicos, como pescarias, trânsito, caçadas, porte de arma, aves, cidades, ruas, Natal, natureza, preservação ambiental, política internacional e tantos outros do cotidiano, como memórias e lembranças de personagens amigas que já morreram. Sobre o passado enfim.
Como estou a escrever este artigo ao término de 2018, então não há nada como fazer um balanço do ano que já se vai e, ao mesmo tempo, especular, como de costume, não uma previsão do que vem por aí, para o nosso país principalmente, porque impossível prever um futuro imediato ou não, tamanha as mudanças que ocorrem a todo instante, porém levar aos leitores e leitoras uma mensagem de otimismo, própria para este início de 2019.
No entanto, fazer uma retrospectiva do que já se findou aqui não cabe. Fica esse encargo para o leitor ou para um historiador, mesmo porque o passado não mais existe; tornou-se uma lembrança pessoal. Aliás, a bem da verdade, obviamente previsões futurísticas também não existem. Não obstante, não é a primeira vez que as exponho, o que prova que os temas inevitavelmente repetem-se.
Então gostaria de lhes dizer que, embora por convicção filosófica seja um cético, na verdade um sujeito um tanto desconfiado em razão de tudo aquilo que já passei na vida -“Meninos, eu vi!” – tenho forte convicção de que o novo governo do recém-eleito presidente da República, deixando de lado algumas frases de efeito de sua campanha meteórica, faça para o País aquilo que todos almejamos de bom.
Tanta coisa que seria irrelevante citar, mas que todos nós sabemos que são necessárias, talvez não suficientes durante todo o transcorrer de seu mandato.
Consertar urgentemente a Nação, desconcertados que ficamos nesses últimos anos.
De qualquer forma, se ele e sua equipe de gente capacitada e honesta (o que é um dever de todo ser humano sério) conseguir resolver, não digo 100% de tudo, mas uns 80%, otimisticamente falando, já estaria bom demais.
Essa é a minha mensagem de início de ano. Felicidade a todos nós e boa sorte ao presidente da República, o capitão-parlamentar Bolsonaro.
Sociólogo e cronista da Revista Comércio, Indústria e Agronegócio de Araraquara