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Canasol completa neste domingo 68 anos em defesa da classe canavieira

Início dos anos 50. A cana de açúcar reinicia sua saga nos Campos do Aracoara, no terceiro Ciclo Intermediário e de Adaptação da economia de Araraquara (1931-1955), período em que a planta começa a substituir nas terras de cultura a lavoura do café.

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Luís Henrique Scabello de Oliveira, atual presidente da Canasol em Araraquara

O texto em questão faz parte do álbum lançado pela Canasol em 2002, quando ela completou 50 anos de fundação, assegurando que a cana vai impor-se economicamente, no quarto ciclo do desenvolvimento.

O escritor José Maria Viana de Souza, narra nesta edição especial, que “esta etapa é conhecida por Economia Agrícola Canavieira e Cítrica e Agroindústrias Sucro-Alcooleiras e Cítricas, que vai de 1955 a 1993, quando a economia da cidade firma-se com base nas agroindústrias da cana e da laranja.

Assim, imensos canaviais são plantados no lugar do café nas melhores terras. A laranja ocupou áreas desprezadas pela cana e melhoradas a partir dos anos 60, surgindo a Suconasa, a Cociza e a Sucocitrico Cutrale, em 1967.

Já no final da década de 60, continua Souza, Araraquara colocava-se como uma das maiores produtoras de álcool-combustível de São Paulo. A cidade urbaniza-se e forte imigração acontece.

Paralelamente a essa revolução rural e urbana, ocorre a industrialização convencional, com a instalação de inúmeras empresas, inclusive multinacionais, diversificando a produção na cidade (Souza, 2002: 51, 61-62).

A revitalização do plantio e produção da cana como poder econômico para o País no entanto, só começa a ocorrer com grande intensidade no início dos anos 50, com a necessidade da criação de uma associação destinada a agregar e defender os plantadores e os fornecedores das usinas.

Prestígio de Hélio Morganti trazendo para uma visita a Usina Tamoio na época os presidentes Juscelino Kubitschek e Jânio Quadros

A frente deste movimento também está um dos usineiros mais conceituados de São Paulo, Comendador Hélio Morganti, filho de Pedro Morganti, que falecera pouco tempo antes; Hélio cede inclusive as dependências da Tamoio para reunião preparatória de fundação da Associação dos Fornecedores de Cana de Araraquara, em 24 de maio de 1952, sábado. Pouco mais das 16h, neste dia de Nossa Senhora Auxiliadora, estão reunidos no salão do Tamoio Futebol Clube cerca de 40 plantadores de cana da região de Araraquara.

Hélio Morganti, dono da Tamoio, sugere o nome do engenheiro agrônomo Joaquim Barreto Costa, para presidir a assembleia, pois também tinha sido dele, no final de 1950, a proposta de criação da entidade.  Como secretário foi convidado o lavrador e farmacêutico Herculano de Oliveira. “Após os agradecimentos pela presença de todos, Joaquim Barreto Costa, apresentou e submeteu à discussão os estatutos neste ato lido em voz alta por mim, elaborados mediante prévia reunião e estudo dos presentes, e que deverão reger a vida da Associação, ora em organização”, explica a ata preparada por Herculano.

Fundado em 1949, o jornal Umuarama circulava em tôdas as colônias da Usina Tamoio. Eram cerca de 5 mil exemplares distribuídos nas diversas secções mostrando não apenas o trabalho realizado pela empresa, mas servia principalmente para destacar a atividade e o desempenho dos seus trabalhadores. Era chamado de o órgão dos empregados, operários e associações da Usina Tamoio.

Naquele junho de 1952, o jornal também anunciava a fundação da Associação dos Fornecedores de Cana, afinal a reunião preparatória para constituição da entidade tinha acontecido – a convite de Hélio Morganti, na sede do Tamoio Futebol Clube.

Três meses depois da reunião preparatória na Usina Tamoio, os fornecedores de cana estão reunidos no Clube Araraquarense para a assembleia de fundação. A publicação do edital no jornal O Imparcial alertara os produtores para a reunião do dia 7 de junho, sábado, às 14h30, em primeira convocação.

Apontado como presidente da diretoria provisória Joaquim Barreto Costa, então com 60 anos de idade, convidou Renato Corrêia Rocha para secretaria e da mesa também fizeram parte Achilles Vezzoni e Herculano de Oliveira.

Rocha fez a leitura dos estatutos, ocorrendo a aprovação por unanimidade. Ele chamou a atenção de todos para o artigo 1°, explicando que a Associação dos Fornecedores de Cana Araraquara reger-se-á por estes estatutos, e se constituirá em órgão de defesa da classe dos fornecedores e lavradores deste município”.

A Associação dos Fornecedores de Cana de Araraquara assina a compra do terreno da Dianda Lopes, na Vila Xavier, para a construção da sua primeira sede própria; Caramuru Nascimento (Cartório), José Maria Teixeira Ferraz (presidente da Canasol), Carlos Armando Fortes Vaz, Dr. José Del Grande (diretor da Dianda Lopes), Felício Tortorella, Luiz Baptista Ferreira de Almeida, Dr. Francisco Lofredo Júnior (Juiz de Direito), Jonas Ribeiro e Waldo Barbieri. A transação ocorreu no final de 1959.

68 ANOS DEPOIS A REPRESENTATIVIDADE

A chapa “Renovação Já” assumiu a direção da Canasol em 17 de março de 2015, após vencer as eleições internas com propostas que deram maior dinamismo nas ações da entidade, colocando-a de vez no cenário nacional entre as principais entidades do setor canavieiro.

Composta por associados que apresentam larga experiência e forte atuação nos diversos setores da agricultura regional e pertencentes a tradicionais famílias de produtores de cana, a Diretoria da Canasol tem como presidente o Engenheiro Agrônomo e Biólogo, Luís Henrique Scabello de Oliveira, formado na conceituada ESALQ/USP em Piracicaba.

Com forte ligação à Canasol, pois trabalhou na associação por quase vinte anos (1985/2005), Luís Henrique desponta a partir do ano 2000 como uma das principais lideranças agrícolas de Araraquara e Região, buscando sempre atender os interesses dos associados e demonstrando a força dos produtores de cana.

Como membro atuante da Orplana – Organização de Plantadores de Cana da Região Centro-Sul do Brasil e tesoureiro da Feplana – Federação dos Plantadores de Cana do Brasil – o presidente da Canasol tem participado das principais lutas da categoria, sempre com uma postura firme e marcante defendendo os interesses da classe.

Com o apoio efetivo dos seus companheiros de diretoria, Luís Henrique não poupa esforços para tornar a Canasol uma entidade mais dinâmica, democrática, participativa e atual. Para ele são técnicas que se aplicam em um novo tipo de gestão, como está acostumado a dizer, objetivando o bem estar da instituição, contando com a participação efetiva dos companheiros.

Parabéns a Canasol e sua diretoria.