
A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) emitiu nota na manhã desta sexta-feira (07) criticando as medidas anunciadas pelo governo federal na quinta-feira (06) com o objetivo de reduzir o preço dos alimentos. Entre as medidas, está zerar o imposto de importação de produtos como o café, milho e carne.
Na avaliação da FPA, as medidas são pontuais e ineficazes. Para os representantes do agronegócio no Congresso, a medida mais eficiente para combater a inflação é a colheita da safra que será realizada nos próximos meses e a correção de ações que elevaram o custo de produção no Brasil. Para a FPA, “o problema está concentrado no seu próprio desequilíbrio fiscal, responsável por onerar os custos e por alavancar a inflação”.
A Frente Parlamentar chegou a enumerar alguns pontos que devem ser colocados em uma mesa para discussão:
1. O problema da inflação não é a oferta de alimentos. O governo federal tenta criar a narrativa de buscar soluções, quando o problema está concentrado no seu próprio desequilíbrio fiscal, responsável por onerar os custos e por alavancar a inflação;
2. Não é transferindo o ônus de bancar o desequilíbrio do gasto público do governo para os produtores rurais que teremos uma comida mais barata e uma produção economicamente viável;
3. As medidas apresentadas pelo governo federal, nesta quinta-feira (6), são pontuais e ineficazes para efeito imediato, especialmente quando se gasta recurso interno ao zerar impostos para produtos importados, sem garantir o reforço ao apoio da produção brasileira;
4. A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) ressalta a necessidade de iniciar as tratativas do novo Plano Safra 25/26, com a garantia de implementação total de recursos, do acesso pleno e com juros adequados aos produtores rurais brasileiros; e
5. Aguardamos ainda um retorno do governo federal sobre as medidas estruturantes de curto e médio prazo apresentadas pela FPA, em conjunto com o setor produtivo nacional, na última sexta-feira (28), ao Ministério da Fazenda e à Casa Civil.
Após analisar nesta quinta-feira as manifestações do Governo que no seu entendimento são desequilibradas tecnicamente e avaliando os cinco pontos levantados pela Frente Parlamentar, o presidente Luís Henrique Scabello de Oliveira, da Canasol (associação de produtores de cana) e da Credicentro (cooperativa de crédito para agricultores), como a mais importante liderança do agronegócio na região central do Estado também se posicionou: “Vejo com muita preocupação as medidas tomadas pelo governo. A retirada da tarifa de importação do etanol é um tema sensível para a região nordeste. Além disso, a pegada de carbono do etanol de cana-de-açúcar é menor que a do etanol produzido a partir do milho. Isso é muito ruim para um país que é líder na produção e consumo de biocombustíveis e que receberá a COP 30 nesse ano”.