A Canasol realizou na noite desta terça-feira (12) duas palestras técnicas com o objetivo de passar para seus associados informações e orientações sobre a cultura da cana-de-açúcar. Em ambas, foram exibidas atualizações que ocorrem num setor que busca permanentemente maneiras para aumentar a rentabilidade de seus negócios sempre de forma sustentável.
A primeira palestra focou o Manejo de Pragas em Cana-de-Açúcar, que segundo o engenheiro agrônomo Lautinê Antonelli (Tone), é muito importante, principalmente agora que será iniciado o período das chuvas e com elas vêm as cigarrinhas da raiz que provocam até 30% de perda na produção dos canaviais. A Mahanarva fimbriolata, seu termo científico, coloca os ovos nas bainhas secas ou sobre o solo, próximo ao colmo da planta e na região da soqueira da cana, que são as raízes que sobram dentro e fora da terra, após seu corte. A cigarrinha suga a seiva da planta e causa os danos, afirma Tone.
Quando questionado sobre como evitar o aparecimento e a propagação da cigarrinha, o agrônomo Fernando Baracioli, da Bayer, explicou que – com a chegada das chuvas é preciso que o produtor faça o levantamento populacional do canavial para ver se vai entrar com o controle biológico ou até mesmo com químico: “Na maioria das vezes é preciso o uso do produto químico, pois quando o produtor se atenta a isso a infestação já está muito grande”, enfatizou.
Durante a palestra foi também comentada a ação da broca-da-cana, uma outra praga que aparece no colmo em forma de mariposa, estando presente em todo o Brasil, causando grandes prejuízos na cultura da cana e também na unidade industrial durante o processamento. Cientificamente conhecida como Diatrea sacchralis, a praga segundo Baracioli, causa estragos semelhantes aos provocados pela cigarrinha, ou seja na cultura e no processo industrial.
A outra palestra versou sobre a Nutrição Foliar, ministrada por Glaycom Brigagão, gerente de desenvolvimento de produto e mercado na Allplant. Para ele, a adubação foliar da cana-de-açúcar com micro-nutrientes oferece facilidade de aplicação e distribuição por via pulverização dos fertilizantes. Glaycom destacou que esta técnica é uma ferramenta de grande valia aos programas de adubação atualmente recomendados pelos técnicos, pois funciona como uma “injeção na veia da planta”, atuando assim em momentos de grande demanda nutricional, durante o ciclo da lavoura, favorecendo o equilíbrio dos nutrientes na cultura.
O presidente da Canasol, Luís Henrique Scabello de Oliveira, agradeceu a presença dos palestrantes e reafirmou que a associação segue no cumprimento das normas de divulgação e propagação das mudanças técnicas criadas pelas indústrias, visando aprimorar o conhecimento dos seus associados e dos produtores em geral. “Há uma permanente transformação das culturas, sempre olhando para a produtividade com sustentabilidade; reunir os associados e passar essas mudanças, faz parte dos nossos planos de proximidade com o produtor”, ressaltou o dirigente canavieiro.