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Produtores se unem no Chibarro e aprendem a cultivar o tomate orgânico

O manejo na agricultura orgânica valoriza o uso eficiente dos recursos naturais não renováveis, bem como o aproveitamento dos recursos naturais renováveis e dos processos biológicos alinhados à biodiversidade, ao meio ambiente, ao desenvolvimento econômico e à qualidade de vida humana.

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O instrutor Marcelo Sambiase num dos cursos dados por ele no interior

Nos dias 28 e 29 de março ocorreram no Sítio Esperança, bem próximo do Chibarro, as aulas do primeiro módulo do Programa Tomate Orgânico, uma atividade desenvolvida através da parceria do Sindicato Rural de Araraquara com o SENAR SP.

O primeiro módulo, segundo o instrutor Marcelo Sambiase, refere-se ao preparo do solo. Toda a produção orgânica já possui este diferencial inicial, visto que a base para o sucesso do plantio é um preparo de solo adequado, embora existam diferenças entre as regiões em que o curso é realizado.

As aulas teóricas e práticas aconteceram no Sítio Esperança, cuja administração sempre buscou modelos orgânicos para o oferecimento de qualidade junto ao mercado consumidor.

Nas aulas iniciais, o instrutor Marcelo Sambiase explorou toda a questão macro, como clima, formação de solos, vegetação, contexto natural, para depois regionalizar e explorar as questões de Araraquara e suas peculiaridades naturais. O ensinamento aconteceu de forma bem espontânea e participativa, argumentou o instrutor.

Participantes do curso ministrado no Sítio Esperança, próximo do Chibarro

Nas aulas práticas, acontece o preparo da área, com foco na adequação do solo e os passos iniciais para o plantio dos tomateiros. O plantio é indicado entre os meses de agosto a janeiro e de fevereiro a maio em áreas mais quentes. A maioria das cultivares plantadas atualmente é híbrida.

Para o coordenador regional do Senar-SP, engenheiro agrônomo João Henrique de Souza Freitas, o programa serve para que os pequenos agricultores encontrem um diferencial na produção de alimentos e que os permita se firmar no campo.

No caso deste curso, especificamente sobre tomate orgânico, o primeiro módulo mostrou o preparo do solo, contudo outros cinco serão realizados, indo até agosto (um módulo por mês), sendo as aulas ministradas em dois dias a cada mês, durante oito horas por dia. Entre teoria e prática, são abordadas técnicas de preparo do solo, plantio, tratos culturais, pragas e doenças, colheita, e comercialização e certificação.

De acordo com o instrutor Marcelo Sambiase, o objetivo é capacitar produtores, trabalhadores rurais e seus filhos para a produção orgânica, levando em conta que se trata de um movimento global, que cresce a cada dia. “O mundo inteiro está produzindo e consumindo alimentos orgânicos, pois as vantagens são inúmeras, quando comparado aos métodos convencionais do mercado. Portanto, acaba sendo uma alternativa muito interessante para o homem do campo”, afirma o Sambiase.

Estudo recente do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) identificou crescimento médio de 11% nas vendas de produtos orgânicos no mundo, entre 2000 e 2017, período em que o número de produtores subiu de 253 mil para 2,9 milhões. No Brasil, apesar de os dados ainda serem imprecisos, estimativas apontam crescimento médio de 17% entre 2010 e 2018, para cerca de 17 mil produtores.

O preparo do solo para o plantio