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“Virada de chave”, diz produtor de cana sobre parceria com Instituto Agronômico

Um dos beneficiados pelo convênio com o IAC de SP, agricultor utilizou estande da pasta na Agrishow para atrair clientes

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A família do agricultor Renato Trevizoli está no ramo da cana-de-açúcar há quatro gerações. Ele conta que a “virada de chave” na trajetória de mais de meio século do negócio iniciado pelo bisavô se deu a partir de 2015, ao firmar parceria com o Instituto Agronômico (IAC).

A fazenda de Trevizoli fica em Taquaritinga, 67 km de Araraquara. A produtividade da lavoura foi impulsionada com o plantio de mudas pré-brotadas (MPB) a partir do material genético produzido pelo IAC, por meio do Programa Cana.

“O material sai do IAC com atestados de sanidade e de origem genética, cumprindo todos os critérios para a gente levar a propagação à frente. Nós pegamos essa muda e plantamos lá na fazenda. Dessa plantação, tiramos o mini rebolo, que é a ‘geminha’, e produzimos as mudas pré-brotadas”, conta o produtor. A partir disso, as mudas de cana são vendidas para usinas, associações e produtores independentes.

Ele explica que, para firmar o convênio, teve que atender a uma série de exigências de qualidade e sustentabilidade por meio de certificações internacionais. “Essa parceria com o IAC não cai do céu. Nós passamos por um crivo, com padrões de qualidade, para que nos confiassem a responsabilidade de propagar o material genético que eles desenvolvem. A patente, o ‘filho’, é deles. Eles nos dão a oportunidade de propagar esse material e entregar para o setor sucroenergético“.

POTENCIAL REFORÇADO

O produtor de cana explica que a parceria potencializa os negócios no setor. Além do selo de qualidade do IAC, o acordo de cooperação técnica possibilita o cultivo de variedades que se adaptam melhor às condições da fazenda.

“Foi uma virada de chave. A partir do momento que obtivemos acesso a essa tecnologia, ganhamos a oportunidade de ter um leque de variedades à disposição, cada uma com um nicho específico para exprimir o potencial genético. Quando temos opções de materiais dentro da propriedade, conseguimos identificar qual deles se adapta melhor à nossa condição de solo e manejo”, afirma.

AGRISHOW

A empresa de Trevizoli foi uma das participantes no estande da Secretaria de Agricultura e Abastecimento na Agrishow, que terminou  nesta sexta-feira (5), em Ribeirão Preto. Ali foram apresentadas tecnologias e inovações desenvolvidas pelos seis institutos ligados à Agência Paulista de Tecnologias do Agronegócios.

Além de expor tecnologia a novas técnicas a potenciais clientes, o produtor ressalta que a participação na feira também serviu como vitrine daquilo que considera o diferencial da Agrícola Trevizoli: a assistência técnica pós-venda.

“A gente vende e também ensina como plantar e cuidar, qual é o melhor local para alocar (a produção). Damos suporte para fazer o negócio dar certo, não é simplesmente vender. A Agrishow tem uma visibilidade enorme. O agronegócio passa por aqui, então temos a esperança de atingir mais clientes, mais produtores e mostrar nosso diferencial”, ressalta.

Daniel Nunes, engenheiro agrônomo, da equipe do programa de melhoramento do IAC, informou que, na feira, foram expostas as principais cultivares de cana do instituto que estão sendo adotadas pelo mercado e também os últimos dois lançamentos, realizados em 2021 e 2022.

Além das formas de multiplicação, como a MPB, foram apresentadas outras tecnologias desenvolvida dentro do IAC, entre elas a Invicta.

A tecnologia de produção de “muda semente de cana” fundamenta-se na limpeza clonal de variedades de cana, em laboratórios de cultura de meristemas, seguida da checagem da sanidade, utilizando métodos avançados de biologia molecular, além da identidade genética certificada por fingerprint de DNA.

Os resultados evidenciam que é possível elevar a produtividade (até 250 t/ha) e longevidade dos canaviais (até 12 anos), a patamares estes ainda não alcançados no setor. (Informações: Jornal da Cana)