Home Artigo

A escola de jogo da Ferroviária traz os resultados através da categoria de base

Por Rafael Zocco

207

Nesta semana, o Painel Tático, do jornalista Leonardo Miranda, fez uma abordagem interessante sobre como o Flamengo se comporta com as ideias de Jorge Jesus, o que poderia criar uma identidade de jogo para o clube, mas que pode sofrer mudanças, caso ele não fique mais na Gávea, com a incontinuidade da proposta de trabalho implantada pelo português para que pudesse ser adotada em diversas frentes do clube.

Isso me fez refletir aqui para o nosso quintal, o quanto a Ferroviária tem insistido em suas ideias, a pelo menos três anos, e por ter criado a sua filosofia de trabalho inspirada em grandes centros da Europa, que começa fora de campo e passa pelas categorias de base, onde o jovem atleta, independente da idade, pode chegar pronto para iniciar no profissional sem se sentir inseguro e sob pressão, independente de quem seja o treinador.

Não comparo o tamanho do clube carioca com o time do interior de São Paulo, se trata apenas de ideias, na qual a Locomotiva tem prosperado com louvor e a tendência é que aprimore ainda mais, depois da chegada da MS Sports como principal investidora da S/A, na qual pode se modernizar futuramente com a construção do seu Centro de Treinamento.

Ao menos, seis jogadores obtiveram um grande êxito em curta carreira vestindo a camisa grená, passando pela base e chegando a profissional. O único que não teve este gostinho, mas que mostra o seu potencial lá fora, é o atacante Felipe Estrella. O jovem de 19 anos mostrou toda a sua capacidade na Copa São Paulo de Futebol Júnior de 2019 e, semanas depois, foi para a Roma-ITA e chegou a ser relacionado na equipe principal durante a Copa da Itália em confronto contra a Juventus, de Cristiano Ronaldo.

Outro do mesmo quilate foi o zagueiro Gustavo Medina, se destacando no time Sub-20 e chegou a integrar o elenco profissional, sendo relacionado para alguns jogos de Copa Paulista e no Paulistão deste ano, mas rumou por empréstimo até o Valladolid-ESP, clube o qual tem como principal proprietário Ronaldo Fenômeno.

O último desta safra grená foi o meia Claudinho, destaque na Copinha deste ano, mas que conseguiu mostrar o seu potencial no profissional durante a disputa do Paulistão e acabara de ser contratado pelo Cruzeiro. É o jogador que pode ser o escasso camisa 10, habilidoso, cai pelos lados, trabalha a bola pelo meio e tem muita qualidade no passe e que conta com uma boa finalização. Não sentiu o peso de jogar na equipe do então treinador Sérgio Soares. Porque chegou pronto.

Como citado logo no começo, o trabalho desenvolvido pelo clube vem fora das quatro linhas, principalmente com área de psicologia, que ajuda a desenvolver a mente das jovens promessas e ajuda nas atividades em grupo, sem contar a integração que promove entre os elencos das categorias, junto com os times profissionais, masculino e feminino.

Outros jogadores que tiveram passagens pela equipe profissional e que agora mostram as suas capacidades em outros clubes são o volante Miqueias (emprestado ao Palmeiras), Pedro do Rio (negociado com o Athletico-PR) e o atacante Richard (negociado com o Corinthians), este último chegou a disputar o jogo final da Copa Paulista 2018 com apenas 16 anos e hoje integra a base Sub-20 corinthiana.

Independente do quanto é grande um clube, ter uma ideologia que saiba tratar bem o futebol e o ser humano, é primordial para o êxito e que acolha novos profissionais para diversas áreas de uma instituição. Dá para fazer acontecer e o principal resultado de um jogo é este.

** As opiniões expressas em artigos são de exclusiva responsabilidade dos autores e não coincidem,necessariamente, com as do RCIARARAQUARA.COM.BR