Home Artigo

Araraquara, um laboratório para projetos sociais

Por Ivan Roberto Peroni

1015

Com as decisões dadas pela Procuradoria Regional Eleitoral de São Paulo, arquivando investigações sobre supostos envolvimentos de Edinho Silva em arrecadação de valores via “Caixa 2” junto a Oldebrecht para campanhas de Mercadante e Dilma Roussef, o cenário eleitoral de 2020 em nossa cidade, parece ganhar novos contornos a partir de agora. Isentá-lo de atos ilícitos dá a Edinho uma rejuvenescida e obriga a quem faz oposição a definir quais são efetivamente os planos para combater a supremacia petista em Araraquara.

Ao longo do tempo além da sabedoria seu comportamento é de estrategista ao lado de uma militância que se mantém acesa na casa dos 30% do eleitorado. Porém, foi subindo degraus mais elevados na política paulista e brasileira, que Edinho aprendeu também a não por limites nos seus anseios e vontades. Isso faz parte das características de alguns políticos; tanto ele quanto Marcelo Barbieri, ostentam tal semelhança. Entram para ganhar.

Sendo pré-candidato do PT, mesmo porque o partido não criou nova liderança em Araraquara, Edinho de maneira sábia compensa o desgaste político causado por Lula e Dilma, investindo em ações sociais como contrapeso na perda partidária. Assim, massifica seu nome como idealizador de movimentos sociais e quanto menos possível dá ênfase ao partido. Uma colagem do seu nome ao eleitorado C, D, E, pois sabe que não poderá contar com as classes A e B que sustentam o conservadorismo.

O que se observa é que Araraquara, uma das poucas cidades brasileiras administradas por um petista, é digna de exigir do alto comando do partido investimentos para implantação de projetos sociais mais agressivos como bolsa família, distribuição de terrenos e moradias, transformando a cidade em um laboratório ou projeto piloto que possa se espalhar pelo Estado como retomada de ações sociais que o partido vislumbrava implantar nos tempos de Lula.

Na verdade, enquanto a oposição se preocupa em discutir o sexo dos anjos, Edinho forma conselhos, incentiva orçamento participativo, parte para reconstrução de projetos que outros prefeitos botaram no chão, cobre o andarilho que passa frio, faz café em casa simples da periferia, dá assistência à classes especiais que abrangem pessoas com diversos tipos de deficiências físicas, cria o Seminário Estadual da população LGBTQIA+negras, Prefeitura nos Bairros, se dá ao luxo de possuir um vice prefeito considerado da Direita e numa exposição irônica pode até lançar na próxima eleição outro vice, agora oficial militar, o que seria motivo de piada para o conservadorismo da cidade.

De forma bem popularesca podemos dizer que – Edinho deita e rola na política local e já mostra a perspectiva de possuir mais partidos para apoiá-lo em 2020 do que a própria Direita ou Centro Direita que por três anos ficaram com blá-blá-blá nas redes sociais enquanto o petista amassava barro na periferia. Ensina-se que na política não há tempo a perder; há que se ter chão para pisar, conhecer pessoas e com elas dialogar. A esta altura podemos dizer que ele só perderá a eleição se no chão onde pisar, encontrar uma pedra, do contrário será um por todos ou todos por um, expressão de ideologia direitista que caminha aos passos de uma tartaruga sem pressa de chegar.

**As opiniões expressas em artigos são de exclusiva responsabilidade dos autores e não coincidem, necessariamente, com as do RCIARARAQUARA.COM.BR