Dos titulares da Copa de 1958, só não entrevistei Nilton Santos. Dos campeões de 1962, não entrevistei Zózimo, Amarildo e Mauro. De 1970, entrevistei todos, menos Everaldo. De 1994 todos. Alguns depois das copas, mas ainda jogando, outros já com carreira encerrada ocupando postos de técnicos ou comentaristas, e em 94 durante a Copa nos Estados Unidos. Mas antes desta trajetória de radialista e jornalista, empolgante contato com os ídolos, fui torcedor fervoroso do Brasil. Ouvia até transmissão de treino dos quatro times (44 convocados) de Vicente Feola na preparação para a Copa de 1966.
Tudo mudou…
Hoje a Seleção Brasileira não me empolga mais. Não só pela “ranzinzice” dos 73 anos, mas pelas mudanças de usos e costumes de nossa seleção. Jogadores sem identidade com o país, sem amor à camisa, preocupados apenas com sua fortuna amealhada no futebol do exterior e com o status de “popstar”. Maior ídolo de nossa seleção, Neymar deve uma conquista de peso pelo Brasil, a Copa dos Campeões e a medalha olímpica são de valor discutível. Dos 26 convocados nesta segunda-feira (7) por Tite, só três atuam o Brasil, Weverton, Pedro e Everton Ribeiro. E são reservas.
Copa dos ricos…
Dos 23 “estrangeiros” convocados que nos devem uma grande conquista, se estivessem jogando no Brasil, provavelmente 20 deles não seriam chamados por Tite. A convocação de Daniel Alves é absurda e a de Pedro é um erro. Hulk mais maduro e melhor do que na Copa de 2014, merecia ir a Copa, mas se contundiu. A Copa também não empolga como antes, até mudou de data para ser realizada no Catar, é a copa dos ricos. Um camarote, com o conforto de um apartamento, custa 150 mil dólares. Segundo Cafú, que participou do lançamento, “Mochileiro” não é aceito, pobre está fora da Copa.
*Luiz Carlos Briza, é jornalista desde 1967 com carreira nas Rádios Cultura, Colorado, Clube, 79 e Renascença de Ribeirão Preto como narrador esportivo. Atualmente é colunista do jornal Tribuna Ribeirão e escreve nesta edição para o RCIA ARARAQUARA.
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