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Deputado Arthur do Val e o Dia Internacional da Mulher

Por Walter Miranda

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“Raça de víboras! Como podeis vós falar coisas boas, sendo maus? A boca fala do que está cheio o coração! (Mateus 16:24)

No dia 8 de março de 1910 a 2ª Conferência Internacional das Mulheres, ocorrida na Dinamarca, aprovou o dia 8 de março o “Dia Internacional das Mulheres”, em homenagem a 129 mulheres operárias, tecelãs brutamente assinadas no ano de 1857, em Nova York nos Estados Unidos, durante uma greve pela redução da jornada de trabalho diária de até 15 horas, para 8 horas.

Em 1945 a ONU-Organização das Nações Unidas, reconheceu, oficialmente, a deliberação daquela Conferência. Vejam, portanto, que diante das mortes das mulheres operárias, tecelãs, o “Dia Internacional das Mulheres” surgiu para que as trabalhadoras, operárias, camponesas, pobres sejam, prioritariamente, as homenageadas. No entanto, temos visto que o sistema tem incluído no calendário do dia 08 de março, homenagens também às mulheres ricas, empresárias privilegiadas economicamente.

Boa parte das mulheres, ignorando a história e a luta das operárias tecelãs, e influenciadas pelo comércio que quer vender, preferem serem homenageadas com flores e mensagens lindas e românticas, jantares em ótimos restaurantes, festas, etc., quando o dia é de luto e luta pelos assassinatos das 129 mulheres mortas, vítimas do sistema capitalista e opressor.

A mulher trabalhadora, principalmente as pretas e pobres, infelizmente ainda é muito discriminada no mercado de trabalho e na vida social. A mulher trabalhadora preta e pobre, ainda sofre muito com dupla ou tripla jornada de trabalho. Muitas são abandonadas pelos seus companheiros e cuidam, com carinho, sozinhas, das nossas crianças.

Diante da reflexão acima, temos que protestar contra este “moleque”, repugnante, nojento, misógino (aversão a mulheres), deputado estadual Arthur Moledo do Val, empresário, filiado ao Partido Podemos, e criador no canal denominado “Mamãe Falei”, no Youtube, com quase um milhão de seguidores, integrante do MBL-Movimento Brasil Livre, que esteve na Ucrânia e publicou nas redes sociais que as mulheres ucranianas “são bonitas e sexualmente fáceis porque são pobres”.

O Arthur não está sozinho nesta visão machista e ideológica de desprezo aos pobres. O incrível é que este ser animal irracional foi para a Ucrânia, segundo ele, “para mostrar aos brasileiros a realidade da guerra”. Na verdade, e ele confessou, foi para assediar sexualmente as mulheres pobres e vulneráveis daquele país, numa atitude machista e sexista.

O deputado Arthur Moledo do Val, com sua atitude olhando e desejando as mulheres pobres na fila de refugiados, teve o mesmo comportamento dos senhores da Casa Grande no período de escravidão dos pretos no Brasil, usando os seus poderes econômicos para assediar e possuir sexualmente as escravas pretas. Este comportamento, infelizmente, ainda prevalece nos interiores das fábricas e outros ambientes patronais, onde as mulheres são, inclusive, estupradas.

Penso, finalmente, que o infeliz do Arthur Moledo Val nunca leu, e se leu não entendeu ou não quer entender, a parábola do bom samaritano (Lucas 10:25-37), usada por Jesus Cristo para explicar o que significa amar o próximo, sem exceções ou preconceitos. O versículo destacado no início deste artigo revela, claramente, o que pensa Arthur Moledo Val, e muitos outros parlamentares oriundos da classe média e rica neste país, sobre os pobres.

No dia 8 de março de 2022, milhares de ativistas, manifestantes em todo país e em vários países do mundo, se voltarão para este deputado que não merece ser respeitado como um ser humano normal. O seu mandato deve ser cassado e ele e seus seguidores do MBL-Movimento Brasil Livre, devem ser execrados como militantes e ativistas políticos.

Por uma sociedade sem machismo, racismo, com igualdade de gênero e, principalmente sem violência contra as mulheres no Brasil e no mundo! VIVA A MULHER TRABALHADORA NO CAMPO E NA CIDADE!

Walter Miranda, Vice-presidente do Sindifisco Nacional-Sindicato dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil/Delegacia Sindical de Araraquara, Diretor do SINSPREV-Sindicato dos Trabalhadores Públicos em Saúde e Previdência do Estado de S. Paulo, militante da CSP CONLUTAS-Central Sindical e Popular

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