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Israel precisa cessar fogo contra os palestinos, já!

Por Walter Miranda

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Logo após o ataque do Hamas no território de Israel, no dia 7 de outubro de 2023, eu manifestei através de um artigo publicado por alguns jornais do interior do Estado de São Paulo, quatro dias após, a minha opinião. Na minha manifestação, centrado na minha consciência cristã, revelei a minha indignação diante do conflito entre judeus e palestinos, tendo como foco a criação do Estado Nacional Palestino, que sempre considerei justo, cumprindo o acordo firmado entre os dois povos no ano de 1948

Assim, é inaceitável o comportamento radical da extrema-direita em Israel, tendo o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu como governante, insistindo nessa guerra absurda que não acaba mais, assassinando milhares de seres humanos, crianças, idosos e mulheres inocentes que querem paz no território que Deus lhes prometeu. Entendo que esse território pertence a judeus e palestinos, todos hebreus, antes escravos no Egito, todos filhos de um mesmo pai: Abrahão.

O total de vítimas fatais nos ataques de Israel sobre a Faixa de Gaza já passou de 23.200 pessoas, a maioria mulheres, idosos e crianças, sem mencionar o colapso nos hospitais e na disparada dos preços dos alimentos, provocando a fome. Essa guerra tem motivos visivelmente econômicos, políticos e religiosos. É lamentável religiosos cristãos defenderem esse suposto genocídio que, segundo Aurélio Buarque de Holanda, significa “o extermínio deliberado, parcial ou total, de uma comunidade, grupo étnico, racial ou religioso”.

Penso que sem a criação do Estado da Palestina naquele território onde se localiza Israel, governado pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, nunca haverá paz. Povos de vários países estão revoltados com os ataques violentos de Israel, e se solidarizando com os palestinos, pois tal conflito não agrada a Deus e ao seu único filho, que é Jesus Cristo, crucificado e morto naquela região, justamente por judeus, como ele, que não o reconheciam como o filho de Deus.

Entendo que a criação do Estado de Israel, tomando toda terra prometida por Deus, é uma injustiça histórica. Israel foi criado por uma manobra do imperialismo, com apoio do movimento sionista, interessados em se apoderarem de uma das maiores reservas petrolíferas do planeta Terra ‒ sem falar que é uma região de trânsito para a Europa e Ásia, importante para o comércio mundial. Veja aqui o interesse econômico prevalecendo sobre a vida dos milhares de inocentes.

O atual conflito é a continuidade do que se sucedeu com a expulsão de 800 mil palestinos na primeira guerra de Israel contra os povos árabes, ocorrida entre maio de 1948 e janeiro de 1949, objetivando ter o controle de 77% das terras palestinas. Esta é a informação dada pelo escritor Eduardo de Almeida Neto, um profundo conhecedor do assunto, articulista, dirigente e militante da CSP CONLUTAS.

Está evidente que Benjamim Netanyahu, quer exterminar dois milhões de seres humanos palestinos naquela região, e ampliar mais ainda o território que possui uma rica reserva de petróleo. Esse homem não é de Deus. Isso é ou não genocídio? Penso que quando Lula comparou o confronto entre Israel e Hamas ao extermínio de judeus pelo nazista Adolpho Hitler, o fez não apoiando o fato ocorrido, mas querendo mostrar a Netanyahu que ele não deve ter o mesmo comportamento em relação ao povo palestino. Percebi que Lula não se referiu ao povo trabalhador judeu, mas contra a política equivocada do governo Netanyahu, que está desgastado inclusive em Israel.

A preocupação em relação à continuidade dessa guerra, é que Israel é a quarta potência militar do mundo, com 180 mil soldados, enquanto o Hamas tem apenas em torno de 20 mil soldados. Não bastasse, Israel é apoiado diretamente pelo imperialismo norte-americano, além do imperialismo europeu. O resultado dessa violência é que a ampliação pelo mundo árabe não pode ser descartada, trazendo consequências econômicas e sociais para vários países, incluindo o Brasil. Assim, Israel precisa cessar fogo contra os palestinos, já!

(*) Walter Miranda, graduado em Economia e Contabilidade; mestrado em Ciências Contábeis pela PUC/SP; pós-graduado em Gestão Pública pela UNESP/Araraquara, militante do PSTU e da CSP-CONLUTAS Central Sindical e Popular.

**As opiniões expressas em artigos são de exclusiva responsabilidade dos autores e não coincidem, necessariamente, com as do RCIARARAQUARA.COM.BR