Home Artigo

Monografia da palavra Araraquara

Por José Pedro Renzi

2110

Entre as inúmeras “manias” do conhecido tio Pio Lourenço Correa (nascido em 17 de junho de 1871 e falecido em 1957 em Araraquara), estava em escrever, pesquisar e anotar durante décadas, o seu primeiro artigo sobre ARARAQUARA OU ARACOARA OU ARAQUARA, é de 1924.

Sua obstinação, como afirmou Antonio Cândido de Melo em Souza, na palestra sobre as Cartas entre Pio e Mário de Andrade (1893-1945), escritor modernista apaixonado pelo Sol e por Araraquara, sua segunda cidade, nas férias, onde ficava no Pé Mimoso de Araraquara, ou seja: a Chácara da Sapucaia, onde moram Pio L. Correa e sua sobrinha Zulmira Moraes Rocha, prima do Mário de Andrade,homem alto com 2.12, sapatos 44 ou mais, dormia no “porão” onde ainda se encontra na Chácara ou Centro Cultural” Waldemar Safiothi”, hoje propriedade da UNESP, da Faculdade de Ciências e Lêtras, campus de Araraquara.

Tempos antigos ou velhos, entre papéis velhos, onde se nota polêmica entre a velha Palavra de origem Tupi e Guarani: Ara Co Ara, dia, sol, luz. Ou ainda: onde mora o sol, lugar onde mora a luz. Ou como afirma o Pesquisador e Professor Doutor, formado pela UNESP em Araraquara, Antropólogo Marcel Mano: Araraquara significa buraco das araras ou lugar onde as araras fazem cocô.

Esta interpretação encontra-se na sua Dissertação de Mestrado, defendida em 1994, na Unicamp (IFCH).

Tal polêmica voltou com o advogado doutor Fernando Passos em Ararista e os intérpretes, como o famoso tio Pio Lourenço, que defendia a Língua Nhenghatu, de origem Tupi e Guarani. O significado de ARA CO ARA: ara: sol, dia, luz. Coara=morada.

Portanto: Araraquara: morada do Sol, da Luz ou do Dia!

Quem estaria com a “razão” nesta Pesquisa Acadêmica, Lingüística, Filológica e da Antropologia Indígena e os seus desdobramentos da língua falada pelos Índios Guayanazes, nestes Campos de ARACOARA ?

Até, quando ouviremos que Araraquara ou Araquara seria: buraco das araras ?

Vamos continuar pesquisando, e acredito que logo, teremos uma re-publicação da famosa: Monografia da Palavra Araraquara, de autoria do Lingüísta: Pio Lourenço Correa. Araraquarense sem sombra de dúvida!

Fui empurrado para esta crônica, pelo caro Amigo radialista e Jornalista, pesquisador da Palavra: Ara coara ou Ara quara ou Araraquara: Francisco de Assis. Que vasculha livros, jornais velhos e papéis antigos, em busca das araras ou do buraco ou seria o lugar onde mora a LUZ.

A antiga Chácara da Sapucaia foi propriedade de Pio Lourenço Correa, e o seu herdeiro, sobrinho Renato Correa Rocha, vendeu a propriedade para o Professor da UNESP, Instituto de Química, da UNESP. Posteriormente com o falecimento do professor Waldemar Safiothi, sua esposa a Socióloga e Professora Doutora Heleith Ionara Bongiovani Safiothi, doou a propriedade para a UNESP, FCL, campus de Araraquara.

Ao que parece, foi no “porão” que numas férias em dezembro de 1926, Mário Modernista, escreveu o famoso e imortal Romance ou Prosa-experimental: Macunaíma: O herói sem Nenhum Caráter. Publicado em S.Paulo em 1928.

Sobre a chácara da Sapucaia, as informações estão em Mário de Andrade: O Turista Aprendiz.

 

José Pedro Renzi, sociólogo, professor e poeta

**As opiniões expressas em artigos são de exclusiva responsabilidade dos autores e não coincidem, necessariamente, com as do RCIARARAQUARA.COM.BR