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Não estamos mais nas portas da Wolkswagen lastimando a miséria do povo

Por Ivan Roberto Peroni

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Nem de todo, o discurso praticado pelo presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, nesta quinta-feira (10) em Brasília, agradou o mercado empresarial brasileiro e nem deu aos que movimentam a economia a esperança de que – as coisas vão melhorar. Um discurso pobre, que como ele mesmo citou, data de 2002, dando a impressão que nada mudou em quase 23 anos. Falou da pobreza do País e da necessidade de se dar – café, almoço e janta, como se a este povo só isso interessa, escravizando essa gente e manipulando a miserabilidade.

Pouco tempo depois entre lágrimas de Lula, o desabamento da bolsa de valores e o desastre da economia, o prefeito Edinho como um dos coordenadores da campanha, reforçou que o governo coloca como prioridade, a área social, com o objetivo de matar a fome de milhões de pessoas, como se o país não tivesse ou tenha outras questões importantes, principalmente resgatar a autoestima de uma Nação que tem vivido e sido olhada pelo mundo, como o retrato cansado de pessoas desassistas sem rumo e direção.

É evidente e natural que temos que nos debruçar nas questões sociais, mas que reconheçamos que essa situação foi causada pelos políticos que nos governam em estados e municípios, e agora utilizam a pobreza e a miséria das pessoas, miséria que eles mesmos políticos causaram destruindo os sonhos daqueles que através do trabalho digno e honrado poderiam subsistir sem as esmolas de Bolsa Família, Auxílio Brasil. E utilizam a pobreza e a miséria do povo, para tornar mais pobre ainda o nosso país.

O discurso desta quinta-feira, sem esperanças de que o País vai andar, foi feito para um lado só e até parece que falar para um lado só vamos nos esquecer dos golpes e das falcatruas, dos atos de corrupção que políticos insensatos e de almas empedernidas causaram e que lhes dando agora assistência social e bolsa disso ou daquilo vamos fazer o Brasil grandioso.

Sem otimismo, sem propostas, sem o direcionamento de discursos certos na hora certa, Lula aos 77 anos está com a mesma fala usada nas portas da Volkswagen nos anos 60/70, esquecendo que o Brasil hoje está mergulhado em uma economia mundial e que a pobreza da nossa gente não sensibiliza o mercado financeiro e ao falar assim, com o devido respeito às pessoas, estamos sendo comparados a Venezuela e a Cuba, países levados à pobreza, pois seus governantes sempre quiseram que fossem países pobres e manipulados.

Não vamos deixar nosso irmão brasileiro passar fome, mas não usemos esse irmão para fazer política e dele tirar as poucas gotas que restam de suor. Vamos pensar em dar a esse povo trabalho e dignidade, honradez e condições de ir de manhã para o emprego e voltar no final da tarde com o dinheiro no bolso, tendo garantido por força própria, o seu sustento.

Se Lula não mudar esse discurso, olhando com mais carinho a necessidade do povo encontrar trabalho e ter vida própria, se atentando para as necessidades do pequeno, médio empreendedor, logo teremos na fila da pobreza uma classe que até hoje carregou o País nas costas.

*Ivan Roberto Peroni, jornalista e membro  da ABI, Associação Brasileira de Imprensa

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