O 22 de outubro é especial para Araraquara, principalmente para quem acompanha e respira Ferroviária diariamente. A data é comemorativa. Hoje, completam-se 10 anos da reinauguração da “nova” Fonte Luminosa (me recuso a utilizar a alcunha “Arena”), espaço que se tornou multiuso por alguns momentos, mas manteve o futebol como o seu principal e maior enredo.
Não nos esqueçamos daquela partida diante do Ituano, pela 19ª rodada da Copa Paulista, onde marcou a reabertura do estádio. Em parceria com o extinto supermercado Patrezão, um dos patrocinadores da Ferroviária na época, em que adquiriu todos os ingressos e distribuiu em suas redes as 20 mil entradas, tendo um total de 21.254 presentes naquela noite de quinta-feira.
Outra coisa que chamou atenção foi o uniforme amarelo com detalhes em grená, utilizado pelo escrete araraquarense, tendo a ver também com o patrocinador do jogo. A vitória por 2 a 1 carimbou com êxito a estreia, sendo o lateral-esquerdo Fernando Luís – hoje trabalhando como pedreiro em Santa Lúcia – o autor do gol inaugural do estádio aos 35 minutos do primeiro tempo.
Enfim, a festa ficou eternizada na casa remodelada. Outros eventos aconteceram, como shows, Neymar descendo de helicóptero, os quatro grandes clubes do estado disputando partidas, um clássico Corinthians e Santos, jogos do Brasileirão com diversos mandos do Palmeiras e, claro, a volta olímpica da Locomotiva em 2015, em sua volta à Série A1 do Paulistão, e o título da Copa Paulista de 2017, além das nossas Guerreiras Grenás que também já foram campeãs em nossa casa. Isso tudo credencia a cidade de que tem condições para a realização de diversos espetáculos em um lugar só.
Porém, um assunto bem interessante sempre era abordado sobre o seu nome. Não me refiro a alcunha Fonte Luminosa. Muito pelo contrário, acho que, popularmente falando, é um nome que agrada não só o araraquarense, mas para quem vem de fora trabalhar no estádio. Isso é notório e é um apelido que se perpetuará em sua história. Mas, me refiro o seu verdadeiro nome. É nesta parte que assíduos afeanos tem contestado o nome Adhemar Pereira de Barros.
A contestação é apenas por este nome não ter uma ligação forte com o clube. Claro que Adhemar, então governador do estado de São Paulo, foi importante para que a Estrada de Ferro Araraquara (EFA) pudesse adquirir o terreno e fosse construído o estádio. No fim, para dar aquele agrado, a casa foi batizada com o seu nome.
Na verdade, o “pai da criança” sempre foi e será Antônio Tavares Pereira Lima, pelo simples fato de ter fundado a Ferroviária. Se não houvesse Ferroviária, não existiria estádio. E se não houvesse EFA, não teria nada. Provavelmente, teríamos mais um prédio comercial. Que bom que a história não foi assim. Mas, a que está sendo contada atualmente pode ser mudada, sim. Por que não?
Além de ser aniversário da nossa Fonte, no próximo dia 15 de novembro, Pereira Lima completaria 100 anos. Seria uma forma digna de homenagear um dos grande entusiasta da cidade, além de ter sido o 2º prefeito da história da cidade a ser eleito pelo povo. Política por política, fazemos com o que é de casa, não? Estádio Municipal Engenheiro Antônio Tavares Pereira Lima, a Fonte Luminosa.
Seria também uma honrosa menção aos funcionários que fizeram parte de sua construção, que levantaram o estádio em 100 dias, até que fosse inaugurado no dia 10 de junho de 1951, na goleada imposta pelo Vasco da Gama por 5 a 0. Também, aqueles que fizeram parte da inauguração dos refletores oficialmente no dia 15 de abril de 1959, em mais um amistoso contra o cruzmaltino, desta vez empatando em 3 a 3. Os que participaram das excursões e que engrandeceram ainda mais a famosa elipse do Brasil. Tudo precisa ser estudado e não pode passar despercebido.
Pereira Lima é um nome que consegue ligar muita coisa dentro da instituição grená junto com Araraquara e teria mais cabimento ter o nome dele no estádio nos tempos atuais. Seria um fato novo bem interessante. Ou velho, como preferirem.
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