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Araraquara volta ao cenário da Lava Jato

O homem preso pela operação Spoofing suspeito de falsificação tecnológica como hacker de Moro já é conhecido nos meios policiais

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Operação aconteceu na manhã desta terça-feira (23) - Foto Youtube/Portal Morada

A Polícia Federal deflagrou uma operação no início da manhã desta terça-feira, onde prendeu quatros pessoas acusadas de crimes cibernéticos. Entre os suspeitos está o hacker que invadiu o celular do ministro da Justiça, Sergio Moro . Na chamada Operação Spoofing, a polícia está cumprindo ainda sete mandados de busca em São Paulo, Araraquara e Ribeirão Preto. Dos quatro presos, três homens e uma mulher, foram transferidos para Brasília, e a expectativa da PF é que os depoimentos invadam a madrugada.

Walter Delgatti Neto

Dois mandados de busca e apreensão foram cumpridos em Araraquara, um no bairro do Selmi Dei, onde o alvo Gustavo Henrique Elias Santos foi preso em São Paulo. O advogado Ariovaldo Moreira, que defende Gustavo, disse desconhecer o envolvimento de seu cliente com atividades de hackers. Segundo o defensor, Santos trabalha como DJ, o suspeito foi já condenado pelo Tribunal de Justiça de São Paulo por porte ilegal de arma.  Na Vila Xavier, outro mandado foi cumprido na residência de  Walter Delgatti Junior, conhecido como Vermelho nos meios policiais. Ele não foi encontrado e é considerado foragido.

Em maio 2013 Policiais Rodoviários prenderam Walter juntamente com dois comparsas em uma Toyota prata, ano 2009, placas MGV-9985 de Araraquara/SP.

Extrato da conta bancaria com quase R$ 2 milhões encontrado com Delgatti

No carro havia vários documentos e cartões de crédito e débito falsos, 14 folhas de cheque, R$ 1.218 reais e um extrato bancário constando na conta o valor de R$ 1.834.111.83. Na época Vermelho foi recolhido ao centro de triagem e seus dois parceiros foram ouvidos e liberados. Um desses companheiros era Gustavo Henrique Elias Santo. Os três não deram detalhes sobre os documentos falsos e tão pouco sobre a vultuosa conta bancaria com quase de R$ 2 milhões. Conforme publicado na época pelo site São Carlos News.

Walter foi preso também em maio de 2015 ao tentar se passar por um delegado do departamento Estadual de Investigações Criminais (DEIC) de São Paulo, no Parque Beto Carreiro Word em Camburiu – Santa Catarina, também em companhia de Gustavo Henrique Elias Santos, segundo Jornal Diarinho.

Em 2017 Delgatti foi preso em frente à Uniara, onde estava com mandado de prisão, conforme ficha criminal.

A prisão de hoje trata-se de averiguação de crime de estelionato via internet.

“Spoofing é um tipo de falsificação tecnológica que procura enganar uma rede ou uma pessoa fazendo-a acreditar que a fonte de uma informação é confiável quando, na realidade, não é”, explica a PF em nota.

O objetivo segundo informou a PF, é “desarticular organização criminosa que praticava crimes cibernéticos”.

A Polícia Federal já instaurou quatro inquéritos para investigar o vazamento de mensagens do celular do ministro da Justiça. Nesta terça, a PF informou que abrirá investigação para apurar suposta invasão do celular do ministro da Economia Paulo Guedes.

No caso de Moro, os investigadores trabalham com a hipótese de uma ação orquestrada. Há a suspeita de que a invasão do celular do ministro tenha sido planejada.

Os investigadores estão colhendo indícios sobre a autoria, sobre quem teve acesso de forma ilegal a conversas privadas do ministro e sobre o método utilizado pelos hackers

Leia abaixo a íntegra de nota divulgada pela Polícia Federal:

Brasília/DF – A Polícia Federal deflagrou, na manhã de hoje (23/07), a Operação “spoofing” com o objetivo de desarticular organização criminosa que praticava crimes cibernéticos.

Foram cumpridas onze ordens judiciais, sendo sete Mandados de Busca e Apreensão e quatro Mandados de Prisão Temporária, nas cidades de São Paulo/SP, Araraquara/SP e Ribeirão Preto/SP. As investigações seguem para que sejam apuradas todas as circunstâncias dos crimes praticados. As informações se restringem às divulgadas na presente nota.