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Covid-19: Araraquara pode flexibilizar?

Elias Chediek alerta população e autoridades municipais e estaduais quanto à necessidade urgente de flexibilizar as medidas restritivas impostas à economia de Araraquara

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Foto:RCIA

Toda doença desconhecida causa temor! Não foi diferente com a Covid-19 que se transformou numa pandemia.

No início o desespero dos médicos, que muitas vezes e erroneamente, trataram os pacientes como se estivessem com “Trombo Embolia Pulmonar”, necessitando de ventiladores ou respiradores para entubar os pacientes. Posteriormente, por meio de autópcias, descobriram que essas pessoas morriam de “Trombo Embolia Venosa”, ou seja, o sangue coagulava nos auvéolos pulmonares, impedindo a respiração.

A orientação até pouco tempo era: “Não está se sentindo bem, fique em casa e só procure atendimentos se piorar”. Quando piorava, entubava o paciente, porém os pulmões já estavam bloqueados. Isso levou cerca de 80% de pessoas, nessa situação, à morte.

Hoje,  o protocolo médico trata desde o início os suspeitos com antivirais e anti coagulantes, o que tem  resultado na diminuição do tempo de tratamento/internação, necessidade de entubação  e diminuição de mortes.

Vereador Elias Chediek (MDB)

Segundo um gráfico ilustrativo, elaborado pelo vereador Elias Chediek Neto (MDB), mostra a quantidade de pessoas infectadas no eixo vertical e o tempo decorrido no eixo horizontal. É um gráfico teórico, em que, assinalo a capacidade do sistema de saúde em atender os doentes com a Covid-19 e também, quatro curvas nas cores; vermelha, amarela, verde  e preta, respectivamente da mais alta até a mais baixa.

A vermelha e a amarela mostram que o número de infectados supera a capacidade de atendimento. Chediek ressalta que com certeza, teríamos muitas mortes. A curva verde seria a ideal, em que você trata no menor tempo, todos os doentes. Já a curva preta, você tem uma capacidade ociosa muito grande em relação à quantidade de infectados, com isso demoraria muito tempo para que todos fossem tratados. Vide gráfico abaixo:

O cálculo feito pelo vereador é que se faz sobre a propagação da Covid-19, obedece o seguinte raciocínio: 85% das pessoas infectadas não vão ter nenhum sintoma ou um pequeno desconforto. Considerando que Araraquara tem 236.000 habitantes, cerca de 200.600 praticamente não sentirão nada. Dos  15% restantes, ou seja, 35.400 pessoas, 95% (33.630) terão um sintoma mais pesado, porém,  poderão fazer o tratamento em casa ou em ambulatório. Somente os 5% restantes, cerca de 1.770 pessoas terão sintomas mais graves, necessitando de hospitalização.

No quadro abaixo, o vereador apresenta a estrutura pública existente para atendimento da Covid-19 em Araraquara, que atende também a região (18 municípios):

 

LOCAL UTI LEITOS ENFERMAGEM
Santa Casa 10 16
Hosp. Américo Brasiliense 10 10
UPA Vila Xavier 09 20
Hospital de Solidariedade (Honda) 20 30
TOTAL: 125 Leitos 49 76

 

Elias usou dados diários extraídos dos Boletins Coronavírus, elaborado pela área da saúde da prefeitura, que demonstra, no período de 24 de abril a 11 de maio, a quantidade de leitos ocupados de UTI mais enfermagem (média diária de 8,7 leitos), contra uma oferta de 125 leitos reservados só para tratamento da Covid-19. Como podemos observar no gráfico, estamos ocupando somente 8% desses leitos, ou seja, 92% (112,5 leitos), estão disponíveis em média diariamente.

Chediek ressalta que “Araraquara está com um índice baixo de infecção por Covid-19 e possui uma estrutura de leitos para atendimento bastante confortável, podendo, com certeza iniciar um processo de abertura gradual do comércio, com todas as precauções de proteção à população, como o uso de máscaras, observar o distanciamento, manter a higienização, etc”.

Diz ainda que “se não fizermos isso já, seremos penalizados duplamente; por um lado gastamos muito na estrutura hospitalar para atendimento, utilizando só 8% dos leitos e por outro lado a economia já está abalada seriamente, com esses 50 dias de paralisação, entrará em colapso total, pois nesse ritmo de infecção, vamos levar cerca de 80 meses  para que todos sejam contaminados. É lamentável ver, na maioria das discussões de nossas autoridades, a colocação de outros interesses que só prejudicam mais ainda nossa já sofrida população”.

O vereador reiterou ainda que os dados copilados são oficiais e as considerações quanto ao histórico de atendimento foram retirados de testemunhos de tantos médicos que verdadeiramente estão preocupados em salvar vidas.

Finaliza dizendo que a matéria “visa esclarecer a população em geral e alertar nossas autoridades municipais e estaduais, quanto à necessidade urgente de flexibilizar as medidas restritivas impostas à economia de Araraquara”.

 

(*) Elias Chediek Neto. Vereador na Câmara Municipal de Araraquara – SP, Engenheiro Civil aposentado da FEPASA (Ferrovias Paulista S. A.), ex-presidente da Companhia Tróleibus Araraquara – CTA, Pós-graduado em “Gestão Pública e Gerência de Cidades” pela UNESP.