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Daae inicia remoção das seringueiras na Praça do Carmo

A Diretoria de Gestão Ambiental da autarquia estabeleceu procedimentos para o impedimento de plantios de espécies inadequadas aos espaços públicos

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A Diretoria de Gestão Ambiental do Daae, com o apoio da Defesa Civil do Município, estão iniciando a remoção das árvores comprometidas na Praça do Carmo, hoje (22/07). Até o final de julho as árvores serão suprimidas e a comunidade está sendo preparada para a despedida de suas moradoras mais antigas.

A Diretoria de Gestão Ambiental está realizando a logística junto à Secretaria de Segurança Pública e Transportes, o pároco da Igreja nossa Senhora do Carmo, as lideranças comunitárias, o Ministério Público e a empresa terceirizada que realiza os serviços de poda para o Daae.
A Diretoria de Gestão Ambiental do Daae, está desenvolvendo um programa de monitoramento dos exemplares arbóreos emblemáticos das praças públicas do município.

São mais de 100 praças, portanto, este trabalho deverá ser aprimorado nos próximos meses.
No entanto, uma das primeiras praças a receberem esta atenção é a Praça do Carmo. No local existem diferentes espécies arbóreas que tem sido acompanhadas pelos técnicos da Gerência de Biodiversidade do Daae. Dentre elas destacam-se as espécies do gênero Fícus, popularmente conhecidas como Falsas Seringueiras (Ficus elastica).
Ainda neste projeto de monitoramento das praças, a Diretoria de Gestão Ambiental do Daae estabeleceu procedimentos para o impedimento de plantios de espécies inadequadas aos espaços públicos, bem como um estudo para a remoção e substituição de espécies arbóreas que estão comprometidas, podendo causar uma série de problemas relacionados, inclusive riscos para a população, como por queda de galhos.

No caso das espécies do gênero Fícus, houve um período que infelizmente, elas foram livremente espalhadas por nossas calçadas e praças. Era um modismo. Talvez por suas características de fácil reprodução e rápido crescimento, muitas pessoas plantaram desconhecendo outros aspectos deste gênero, que tem um sistema radicular agressivo e vigoroso além de raízes aéreas que saem dos seus galhos e crescem até atingirem o solo, rompendo pavimentos em busca de espaço, água e nutrientes.

No espaço das cidades, limitado por fiação aérea, tubulações enterradas calçadas irregulares e intenso trânsito de veículos e pedestres, não se recomenda o plantio de árvores de grande porte, com este tipo de enraizamento, que necessitam de espaço e solo permeáveis (sem concreto e asfalto).

As figueiras da Praça do Carmo, passaram por uma análise minuciosa, onde foi realizado o diagnóstico do estado fitossanitário dos exemplares quanto à ocorrência de corpos de frutificação como as “orelhas de pau”, Ganodermna applanatum (fungos que se alimentam da lignina), deterioração interna do lenho e análise do risco de queda, assim como a avaliação da condição de entorno para auxiliar na tomada de decisão quanto ao manejo das árvores. A avaliação ainda permitiu observar a presença de galhos secos, raiz dobrada, apodrecimento, lesões, infestação por cupins e abelhas.

Embora parte do lenho basal esteja com algum tecido sadio, e a relação entre altura total e diâmetro da base ainda apontem para uma condição de suporte ao exemplar, ainda assim a equipe de técnicos optou pela supressão em função da senescência dos galhos que tem colocado em risco a comunidade que frequenta a praça e o estado fitossanitário de forma geral.

Neste caso não se recomenda abertura do canteiro. O solo do entorno é bastante compactado e com intensa trepidação no local provocada pelo tráfego de veículos. Portanto, aumentar o espaço de inserção das raízes aéreas não seria medida suficiente para um bom desenvolvimento do sistema radicular, trocas gasosas e recebimento de água. A área permeável não seria totalmente suficiente para as raízes crescerem sem impedimento, e cumprirem suas funções metabólicas e de sustentação.

Outro aspecto importante a ser considerado é que esta espécie produz uma seiva leitosa (látex), tóxica se ingerida. Essa seiva, quando em contato com a pele, também pode provocar reações alérgicas, havendo necessidade do uso de equipamentos de proteção individual (EPI), como óculos, luvas e mangas compridas quando da realização da sua poda.