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Grevistas fecham agência dos Correios em Araraquara

A Polícia Militar acompanhou de perto a movimentação dos manifestantes. A deputada Estadual Márcia Lia foi chamada pelos manifestantes

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Grevistas trancaram com correntes as portas de entrada da agência dos Correios da Avenida Brasil, no centro de Araraquara, na manhã desta sexta-feira (21). Os funcionários aderiram à greve nacional e o atendimento ao público foi cancelado.

Pessoas que procuraram o atendimento da agência foram informadas que não haveria atendimento e a Polícia Militar foi acionada para acompanhar as negociações entre grevistas e o advogado do sindicato que representa a categoria. Com as portas trancadas com correntes e cadeados, funcionários reivindicaram o funcionamento de ao menos 30% da capacidade da agência.

Para o sindicato SINTECT-RPOS, a empresa teria tirado todos os benefícios dos funcionários durante a pandemia, além de manter trabalhadores do grupo de risco trabalhando normalmente, entre outras coisas. Os trabalhadores reivindicam a manutenção dos benefícios e melhores condições de trabalho.

ORDEM JUDICIAL

A Polícia Militar negociou com o advogado do sindicato dos trabalhadores dos Correios a reabertura da agência, mas o caso só deve ser definido por meio de ordem judicial.

APOIO

A deputada estadual Márcia Lia (PT) esteve na frente da agência pela manhã prestando apoio aos grevistas. Ela postou um vídeo em sua página social mostrando seu repúdio à política neoliberal do governo do presidente Jair Bolsonaro, que pretende privatizar a estatal.

“Fui chamada há pouco pelos funcionários em greve dos Correios, que ocupam a agência central para mostrar seu repúdio à política e aos planos do governo Bolsonaro para a estatal. Os funcionários estão em greve desde o dia 18. O ato é pacífico e está sendo acompanhado pela PM”, postou a deputada em sua página do Facebook.

O QUE DIZ OS CORREIOS

Desde o início das negociações com as entidades sindicais, os Correios tiveram um objetivo primordial: cuidar da sustentabilidade financeira da empresa, a fim de retomar seu poder de investimento e sua estabilidade, para se proteger da crise financeira ocasionada pela pandemia.

A diminuição de despesas prevista com as medidas de contenção em pauta é da ordem de R$ 600 milhões anuais. As reivindicações da Fentect, por sua vez, custariam aos cofres dos Correios quase R$ 1 bilhão no mesmo período – dez vezes o lucro obtido em 2019. Trata-se de uma proposta impossível de ser atendida.

Respaldados por orientação da Secretaria de Coordenação e Governança das Empresas Estatais (SEST), bem como por diretrizes do Ministério da Economia, os Correios se veem obrigados a zelar pelo reequilíbrio do caixa financeiro da empresa. Em parte, isso significa repensar a concessão de benefícios que extrapolem a prática de mercado e a legislação vigente. Assim, a estatal persegue dois grandes objetivos: a sustentabilidade da empresa e a manutenção dos empregos de todos.