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Projeto da Unesp Araraquara é aprovado em chamada internacional

Fapesp financiará mobilidade entre Unesp e universidades da Suécia, EUA, Bélgica e França, para outros quatro projetos aprovados

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Projeto proposto pelo professor Carlos Rossa Junior, da Odontologia de Araraquara, envolve estudos de câncer da cabeça e pescoço

A Unesp teve cinco projetos contemplados na chamada da Fapesp no âmbito do programa SPRINT (São Paulo Researchers in International Collaboration), que financia mobilidade de pesquisadores entre instituições de pesquisa de São Paulo e parceiras no exterior. O edital divulgado no final de 2019 ofereceu oportunidades para diversos países, e a Unesp foi contemplada em parcerias com universidades da Bélgica, França, Suécia e Estados Unidos.

O programa da Fapesp visa estimular engajamento de pesquisadores do Estado de São Paulo com pesquisadores parceiros no exterior, para desenvolverem os projetos em andamento e planejarem iniciativas conjuntas de médio e longo prazo.

O professor Tiago Santana Balbuena foi contemplado em uma parceria com o Vlaams Instituut voor Biotechnologie, localizado na Bélgica. Docente no câmpus de Jaboticabal, Balbuena desenvolve um projeto que investiga a resposta do eucalipto ao aumento na concentração de gás carbônico em um cenário climático futuro.

O parceiro na instituição belga, o professor Ive De Smet, é uma referência na área e irá oferecer suporte teórico e prático para as análises dos materiais vegetais. A equipe de Jaboticabal, por outro lado, irá disponibilizar as espécies vegetais e instrumentação analítica. “O Sprint representa o início de uma colaboração à longo prazo. Futuramente, pretendemos realizar ensaios em outras espécies e em diferentes cenários climáticos”, aponta Balbuena.

No câmpus de Botucatu, a professora Cláudia Pio Ferreira irá trabalhar com os franceses do INRIA (Institut National de Recherche en Informatique et en Automatique) na modelagem matemática de diversas questões envolvendo a transmissão da dengue e da malária como os fatores bióticos e abióticos que impulsionam a dinâmica dessas doenças, os efeitos da sazonalidade na sua propagação das doenças ou o controle biológico dessa propagação, por exemplo.

“Nossa equipe é formada por matemáticos e físicos da França, Unesp, USP e UFABC que têm diferentes expertises, uns trabalham com análise de dados, outros com modelagem matemática, outros com controle”, destaca a professora do Instituto de Biociências de Botucatu (IBB).

O parceiro no projeto é o professor Pierre Jacques Bliman, responsável pela coordenação de um projeto de pesquisa na mesma área aprovado pela CAPES e que envolve diversos países da América do Sul. “A ideia é que esses dois projetos e seus respectivos grupos de pesquisadores se juntem ao longo do processo, o que trará um grande aporte de ideias e colaborações”, celebra a professora Cláudia.

No câmpus de Assis, o professor Pedro Henrique Aoki irá contar com a parceria da Lund University, do Suécia, para expandir o conhecimento a respeito da Terapia Fotodinâmica, em especial no tratamento do câncer. Segundo o docente da Faculdade de Ciências e Letras (FCL), o desenvolvimento de terapias baseadas em luz (fototerapias) tem sido objeto de muitos estudos, com atualmente várias práticas clínicas para avaliar a saúde e tratar doenças, e a terapia fotodinâmica tem mostrado resultados especialmente promissores.

A professora Christelle Prinz é a parceira no projeto e especialista na microscopia de super-resolução (Stimulated Emission Depletion), técnica  que permite determinar com precisão os locais de acumulação intracelular dos fotossensibilizadores. “Esta é uma importante informação para o entendimento dos mecanismos de ação e dos processos de morte celular desencadeados pela terapia fotodinâmica”, destaca o professor de Assis, que também tem o apoio de colegas da Faculdade de Ciências e Tecnologia, no câmpus da Unesp em Presidente Prudente.

A Unesp teve ainda outros dois projetos contemplados. Um deles, proposto pela professora Margarida Maria Barros (Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia), do câmpus de Botucatu, em parceria com o professor Delbert M. Gatlin, da Texas A&M University, dos Estados Unidos, na área de Aquicultura envolve a alimentação de espécie de tilápia do Nilo. Já o projeto proposto pelo professor Carlos Rossa Junior, da Faculdade de Odontologia de Araraquara, envolve estudos de câncer da cabeça e pescoço em parceria com o pesquisador Arnaud Millet, da Université Grenoble Alpes, na França.