
Há cerca de dois anos, usuários da Unidade Básica de Saúde do Vale do Sol reclamam do atendimento e da defasagem de funcionários.
Segundo a paciente Joana Costa da Silva de 56 anos, o posto conta com três equipes para atender os territórios do Vale do Sol, Lupo, São Bento, Acapulco, Paiol e Vale das Rosas.
A Política de Atenção Básica (PAB), para a implantação da Estratégia de Saúde da Família, diz que há necessidade de formação de equipe de saúde da família, composta por multiprofissionais responsáveis, e atender no máximo 4.000 habitantes, sendo a média recomendada de 3 mil, com jornada de trabalho de 40 horas semanais para todos os seus integrantes e composta obrigatoriamente por uma equipe mínima.
Joana afirma que as equipes atendem cerca de 5 mil habitantes, faltando técnicos nas três equipes, o posto não dispõe de administrativo, cabendo as enfermeiras fazer os atendimentos cadastrais. Na unidade há três consultórios dentários e todos eles estão fechados por falta de profissional. No posto não há um médico ginecologista, embora muitas mães façam pré-natais e que segundo ela, quando necessário são transferidas para o posto de Saúde do bairro Santa Angelina. “Há mais de 1 ano funcionários são transferidos ou outros já morrem e a prefeitura não preenche os cargos, os médicos que nos atendem são colocados para tapar buraco, cada hora é um, não existe continuidade. Se não construírem um posto de saúde no Paiol isto aqui vai explodir” afirma a paciente
Ela relata também que na unidade existem dois computadores quebrados há 8 meses, um na recepção e outro onde são feitos os cadastros dos pacientes, o pedido para o conserto já teria sido enviado à prefeitura, mas até o momento não houve retorno. Mais inusitado ainda segundo Joana, é o fato da recepção do posto ter ar condicionado instalado e não haver fiação para que o aparelho funcione, e para que pacientes e funcionários não sofressem com o calor, foi feito uma “vaquinha” entre os servidores para a compra e ventiladores que foram colocados na unidade. “Pode isso, a prefeitura não arruma a fiação e pouco liga se os pacientes e os funcionários do posto vão cozinhar de calor, isto é uma vergonha, não há condições de trabalho” afirma Joana.
O Portal RCIA tem recebido algumas reclamações de pessoas que procuram por atendimento médico no posto, mas dizem que quando chegam passam por uma triagem com uma enfermeira que depois fala com o médico e volta com uma receita, sem nem mesmo o paciente passar por consulta. Uma delas afirma que há 10 dias tenta uma receita para sua medicação e não consegue. Outra ainda precisa de uma consulta, mas já foi à unidade por três vezes e só conseguiu passar pela triagem com uma técnica em enfermagem. “Passei mal e tive que recorrer a UPA por duas vezes, não conseguimos consulta em nosso bairro, o posto está sobrecarregado e quem sofre somos nós que necessitamos de atendimento médico” disse a paciente.
Joana conta ainda que muitas pessoas agridem verbalmente as técnicas e os profissionais da unidade básica de saúde, por não serem atendidas pelos médicos ou quanto não conseguem sequer uma receita, mas ninguém entra em contato com a Secretária de Saúde ou a Prefeitura.
“As pessoas precisam entender que os funcionários fazem o que podem dentro das possibilidades e limitações, este posto do Vale do Sol é uma bomba relógio, prestes a explodir, se o poder público não construir uma nova unidade no Paiol. Talvez esteja esperando algum funcionário ser agredido fisicamente, porque gritos e xingos são quase que diários” – finalizou Joana.
O que diz a Prefeitura
A Secretaria Municipal de Saúde esclarece que a médica que atendia no local pediu o desligamento da rede. O setor realizou um concurso recentemente para repor os profissionais da rede e aguarda apenas a homologação do resultado do concurso para iniciar as convocações.

Por Suze Timpani