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Araraquara recebe, hoje, premiado espetáculo ‘Dois a Duas’ em versão audiovisual online

Vencedor do Prêmio APCA 2018 de teatro na categoria melhor espetáculo para público jovem, montagem discute a descoberta da sexualidade e se apresenta no YouTube da Prefeitura

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O espetáculo para a versão audiovisual foi captado e editado pela Bruta Flor Filmes. (Foto: Reprodução)

Sucesso de crítica e super premiado, o espetáculo “Dois a Duas”, escrito por Maria Fernanda de Barros Batalha e dirigido por Erica Montanheiro e Mariá Guedes, ganha uma versão audiovisual para tempos pandêmicos.

As apresentações acontecem online no canal da Prefeitura de Araraquara no YouTube neste sábado, 07/08, às 20 horas. A apresentação é uma realização do Proac – Editais 2019, com apoio da Prefeitura de Araraquara, por meio da Secretaria Municipal da Cultura e Fundart.

“Dois a Duas” fala sobre a descoberta da sexualidade na adolescência e tem uma presença muito forte da música, com uma trilha que inclui músicas de Nina Simone, Tim Maia, As Bahias e a Cozinha Mineira, Mc Linn da Quebrada, Cássia Eller e outros. O espetáculo para a versão audiovisual foi captado e editado pela Bruta Flor Filmes.

Bruna Betito, Daniela Flor, Jhenny Santine, Luis Seixas e Luzia Rosa formam o elenco que dá vida a história de Lígia, uma estudante de uma escola particular de São Paulo, na qual sua mãe trabalha como bedel. Por ser a aluna mais dedicada da turma, acaba ficando muito próxima da professora de literatura, Cecília. Seus melhores amigos, Ana e Márcio, vivem uma conturbada relação e Ligia só quer que o ensino médio acabe logo.

A peça, com 75 minutos, nasceu da vontade da dramaturga Maria Fernanda de Barros Batalha (que é mulher, lésbica e trabalha com adolescentes há cerca de uma década e meia) de falar com o público jovem sobre problemas e questões que sempre afligem adolescentes: amadurecimento, conquista de espaço, descobertas sexuais, racismo, machismo, ética e choque de gerações.

CONTEÚDO

A produção cultural para essa faixa etária é muito escassa no País e parte das referências são, em sua maioria, de outras partes do mundo, o que nem sempre reflete à realidade de um jovem brasileiro. Quando se parte para questões como a descoberta da homossexualidade (ainda mais quando falamos de mulheres), as opções diminuem ainda mais.

“Quando recebi o convite para dirigir a montagem, fizemos uma leitura do texto e surgiu a ideia de alterarmos a história e para falarmos de uma jovem negra. Foi aí que vi que a direção não podia ser assinada só por mim e resolvemos chamar a Mariá para compartilhar essa tarefa”, explica Erica.

Mariá completa que, já que estavam contando a história de uma mulher, resolveram também se cercar de profissionais femininas na montagem (o que se repete nessa versão online), tendo alguns poucos homens na equipe. “Cerca de 90% dos profissionais envolvidos são mulheres”, contabiliza Mariá, explicando que a decisão contribui para que signos e a comunicação com o público ganhe proximidade.

(Da reportagem)