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Centenário de Piazzolla: “Um revolucionário em seu país e no mundo”, afirmam instrumentistas araraquarenses

O erudito de Paulo Martelli e o popular de Fabiano Marchesini dialogam na mesma direção ao falar da obra do icônico compositor argentino.

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Piazzolla é considerado o pai do 'novo tango'. (Foto: Divulgação)

Por Matheus Vieira

“Astor Piazzolla foi um revolucionário em seu país e no mundo. Sua música é um fenômeno, fonte de inspiração e emoção. Ele mudou a história do tango, elevando-o ao repertório de concerto”.

Assim o renomado violonista clássico araraquarense Paulo Martelli resume a obra do cantor e compositor argentino, cujo centenário é celebrado neste mês de março. Pelo mesmo caminho vai o depoimento de Fabiano Marchesini, outra referência local, só que no âmbito do violão popular, ao portal RCIA.

“Ele pegou a raíz, a tradição, a veia folclórica e a elevou a outros níveis contemporâneos com muita liberdade. Comparo essa transformação ao trabalho do Hermeto Pascoal, que mistura brasilidades a diversas idéias, sem perder a essência”, analisa Marchesini, que já interpretou dois clássicos de Piazzolla: Libertango e Adiós, Nonino.

Martelli também se aventurou pelo legado do artista, gravando composições dele no seu CD Roots, lançado no final dos anos 90. “Você encontra esse material nas plataformas digitais. Também tenho alguns vídeos executando Piazzolla no YouTube”, revela. Um deles, para Primavera Porteña, você confere no fim dessa reportagem.

Referências locais de renome nacional e internacional, Martelli e Marchesini ressaltam o poder de inovação sonora de Piazzolla. (Fotos: Divulgação)

REVOLUÇÃO MUSICAL

Ao lado do seu inseperável bandonéon – instrumento semelhante a um acordeão – Astor Piazzolla entrou para a história como o pai do ‘novo tango’, incorporando, ao mesmo, elementos de jazz e música clássica.

Ele nasceu em 1921 na cidade de Mar del Plata, na Argentina, e se mudou para Nova York ainda criança. Depois de ganhar um bandonéon de seu pai, não demorou a ser conhecido como um prodígio na música. Escreveu seu primeiro tango aos 11 anos.

Estudou música na França e, ao voltar para a Argentina, na década de 50, iniciou uma carreira de muito sucesso, escrevendo mais de 3 mil músicas. Piazzolla morreu no dia 4 de julho de 1992, aos 71 anos, em Buenos Aires, em decorrência das complicações de uma hemorragia cerebral que sofreu dois anos antes.

Uma das homenagens prestadas ao artista aconteceu em 2008, quando o Aeroporto Internacional de Mar del Plata foi rebatizado com seu nome.