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Chico César, principal atração da Festa do Trabalhador – 1º de Maio

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Chico César atração neste primeiro de maio

Chico César é a grande atração da Festa do Trabalhador “Araraquara: Morada da superação e da união”, nesta segunda-feira, 1º de maio, na Praça Scalamandré Sobrinho, com o show “Vestido de Amor”. O evento gratuito realizado pela Prefeitura de Araraquara, por meio da Secretaria Municipal da Cultura e Fundart terá início às 14h30 e contará com a participação de cinco atrações musicais da cidade.

Nayara Inorro será a representante do sertanejo, já Matte foi o selecionado entre os artistas do Rap (Hip Hop), Tocaya é o nome representante da música eletrônica (DJ), enquanto Lucy e os Astronautas chegam com rock nacional, e, para finalizar, o Samba do Mestre Irá retrata o samba e a MPB da cidade.

O cantor e compositor Chico César apresenta o show do seu 10º álbum de estúdio, intitulado “Vestido de Amor”. Antes da turnê no Brasil, o músico divulgou seu trabalho em diversas cidades europeias.

“Vestido de Amor” propõe uma profusão de ritmos e encontros para celebrar o pan-africanismo. O álbum é o primeiro disco do artista paraibano totalmente produzido no exterior e conta com as ilustres participações de Salif Keita e Ray Lema, dois grandes nomes da música africana. Os ritmos vão do forró ao reggae jamaicano, passando pelo calipso, a rumba zairense, o coco e o rock.

Chico César, para o show em Araraquara, tocará suas guitarras e violão, acompanhado por Helinho Medeiros (teclados), Ana Karina Sebastião (baixo), Gledson Meira (bateria), Simone Sou (percussão), Sintia Piccin (sopros), Richard Fermino (sopros).

BIOGRAFIA DE CHICO CÉSAR

Nascido Francisco César Gonçalves em 26 de janeiro de 1964, no município de Catolé do Rocha, interior da Paraíba, aos dezesseis anos Chico César foi para a capital João Pessoa, onde se formou em jornalismo pela Universidade Federal da Paraíba, ao mesmo tempo em que participava do grupo Jaguaribe Carne, que fazia poesia de vanguarda.

Pouco depois, aos 21 anos, mudou-se para São Paulo. Trabalhando como jornalista e revisor de textos, aperfeiçoou-se em violão, multiplicou suas composições e começou a formar o seu público. Sua carreira artística tem repercussão internacional. A maioria de suas canções são poesias de alto poder de encanto lingüístico.

Em 1991, foi convidado para fazer uma turnê pela Alemanha, e o sucesso o animou a deixar o jornalismo para dedicar-se somente à música. Formou a banda Cuscuz Clã (que seria o nome de seu segundo álbum), e passou então a se apresentar na casa noturna paulistana Blen Blen Club.

Chico César venceu a 29ª edição do Prêmio da Música Brasileira 2018 na categoria melhor álbum de Pop/Rock/ Reggae/ Hiphop/ Funk com o disco “Estado de Poesia – Ao Vivo

Em 1995 lançava o primeiro CD “Aos Vivos” (Velas), acústico e ao vivo, com participações de Lenine e o lendário Lany Gordin. Em 1996 veio o sucesso nacional e internacional através do segundo álbum, “Cuscuz Cl㔠(MZA/PolyGram), produzido por Marco Mazzola. No terceiro CD, “Beleza Mano”, mergulhou na cultura negra com participações do zairense Lokua Kanza, coral negro da Família Alcântara, os rappers Thaíde e DJ Hum, Paulo Moura, entre outros. “Mama Mundi”, de 2000, mostra sua qualidade de intérprete num trabalho repleto de canções e referências ao som que se faz, tanto no interior do Brasil como em diversas partes do mundo.

Em junho de 2002 seu quinto CD, o “Respeitem Meus Cabelos, Brancos” (isso mesmo, com vírgula!), que ele define como um trabalho nômade. Com produção assinada pelo inglês Will Mowat, o álbum começou a ser pré-produzido em Londres, onde registrou participações especialíssimas de Nina Miranda e Chris Franck, integrantes da banda Smoke City (hype na Europa que difunde por lá a New Bossa, versão mais moderna da velha e boa Bossa Nova). De lá, Chico e Mowatt foram a Recife registrar o suingue de Naná Vasconcelos. Foram a Salvador buscando a marcação de Carlinhos Brown. Em João Pessoa, eles registraram o som da Metalúrgica Filipéia e do Quinteto Brassil. Até que, finalmente chegaram a São Paulo, onde o CD foi inteiramente concluído.

Em novembro de 2005, o sexto CD de sua carreira, ”De uns tempos pra cá”, pela gravadora Biscoito Fino. Com 12 faixas, traz canções autorais compostas por Chico desde a década de 80, num formato camerístico com o Quinteto da Paraíba: dois violinos (Yerko Tabilo e Ronedilk Dantas), uma viola (Samuel Spinoza), um violoncelo (Raiff Dantas) e um baixo acústico (Xisto Medeiros). Um ano depois o DVD, Cantos e Encontros de uns tempos pra cá, gravado durante show no Auditório do Ibirapuera.

Em 2008 surge “Francisco Forró y Frevo”, um mergulho do artista no espírito das duas principais festas populares nordestinas (o Carnaval e os festejos juninos), para criar um disco alegre em que o foco se encontra na força dos ritmos que animam essas festas: o frevo e o forró. E ainda no diálogo que esses ritmos têm naturalmente com “beats” universais. Por exemplo: o xote com o reggae, o frevo e o arrasta-pé com o ska… No que se refere especificamente ao frevo, uma novidade: a junção da linguagem das orquestras de metais de Pernambuco com a guitarra baiana dos trios elétricos da Salvador dos anos 70, em que a folia estava sob o comando da clássica dupla Dodô e Osmar.

No ano de 2012, uma celebração: sai o DVD “Aos Vivos Agora”. Com ele, uma nova versão do CD e também o vinil. Em 2015 Chico César lança “Estado de Poesia”, seu primeiro disco de inéditas em oito anos. “Estado de Poesia” (Natura Musical) é um disco que une a riqueza dos ritmos brasileiros à sonoridade universal. Num mesmo álbum, samba, forró, frevo, toada e reggae se misturam e dão vida ao novo trabalho de Chico César.

Chico César venceu a 29ª edição do Prêmio da Música Brasileira 2018 na categoria melhor álbum de “Pop/Rock/ Reggae/ Hiphop/ Funk com o disco “Estado de Poesia – Ao Vivo, lançado em DVD + CD, em 2017, pela Deck.

Já em 2019, chega o novo trabalho, um comentário robusto de suas vivências político-sociais, no convulsionado momento brasileiro dos últimos anos. Todas as 13 faixas de “O Amor É um Ato Revolucionário”, letra e música, são assinadas apenas por Chico César. Gravado entre abril e junho de 2019, nos estúdios Gargolândia (SP), Casa do Mato (RJ), Space Blues (SP) e Etéreo das Recordações de Chita (SP), o álbum tem produção de André Kbelo Sangiacomo e do próprio Chico César, que assina a direção com Helinho Medeiros, pianista de seu grupo. Exceções são as faixas “History” (produzida e arranjada por Márcio Arantes), “Pedrada” (produzida e arranjada por Eduardo Bid) e “Eu Quero Quebrar”, que (além da leitura de Chico e banda) ganhou uma versão bônus produzida por André Abujamra.

O disco traz alguns convidados: a adolescente paraibana Agnes Nunes (com quem divide os vocais em “De Peito Aberto”), a jovem cantautora pernambucana Flaira Ferro (em “Cruviana”) e o guitarrista paulistano Luiz Carlini (na música “O Amor é um Ato Revolucionário”, com um longo improviso em que até cita seu mitológico solo na primeira gravação de “Ovelha Negra” com Rita Lee e Tutti Frutti).

Também em 2019, se encontra com Geraldo Azevedo e idealiza a turnê Violivoz, que foi adiada por conta da pandemia de Covid-19 e retomada em outubro de 2021.

Ainda durante a pandemia, Juliette Freire, participante do programa Big Brother Brasil, da TV Globo, cantou a música “Deus Me Proteja”, do disco Francisco, forró y frevo, de 2008, na edição 2021 do programa, o que causou um aumento expressivo nas audições não apenas dessa música mas de toda a discografia de Chico César – o artista cresceu 173% em uma das plataformas, o Spotify, e passou dos 100 mil inscritos no YouTube.