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Crônica – Biólogo alimenta Anaconda com coxinhas de Bueno

Confira mais uma história da saga da Cobra do Pinheirinho

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Convalescendo de ferimentos causados por ataques de espada samurai e unhadas de mulheres libidinosas, a Anaconda Araraquarense vive atualmente no Parque do Botânico, onde tem sombra, água fresca e coxinhas douradas de Bueno de Andrada. A informação é do biólogo Ângelo Sanfrancisco, voluntário responsável pelo bem-estar da sucuri.

A iguaria foi levada ao parque pelo biólogo ribeirinho no início desta semana e foi bem aceita pelo ofídio. “Ela tem um ferimento na boca, provocado por um arranhão, o que limita seu ângulo de abertura. Assim, ela não consegue engolir animais de médio e grande portes. Resolvi, então, tentar dar à cobra as famosas coxinhas douradas de Bueno de Andrada e funcionou”, explica Sanfranscisco.

A serpente consegue comer cerca de 10 unidades por refeição. “Ela tem uma boa quantidade de ácido e consegue digerir o salgado com facilidade. Além disso, não precisa fazer esforço para se enrolar e esmagar os ossos da presa”, completa o especialista.

Porém, a presença do animal no Jardim Botânico não tem agradado os moradores do bairro. O analista de sistemas Leandro dos Santos, mais conhecido como Lelê Pituca, é um dos que assinaram o abaixo-assinado pedindo a retirada da anaconda do parque. “Só a presença dela lá já tira nosso sossego”, comenta.

A Secretaria Municipal de Segurança estuda deslocar a boiuna para a Praça Scalamandré Sobrinho com o intuito de intimidar a ação de pedófilos que rondam o lugar. O problema é que também afastaria crianças e jovens que frequentam o espaço público.

Corre nos bastidores que a Prefeitura também ventila a possibilidade de o bicho ser transferido para o Parque Pinheirinho. A ação, se concretizada, ajudaria a Secretaria do Meio Ambiente a resolver a questão da escassez de comida para os animais do Centro de Triagem e Abrigamento de Animais, que serviriam de alimento para a cobra e, por consequência, parariam de consumir ração e capim. A Secretaria de Comunicação nega a informação.

O poeta Pedrinho Renzi ainda não desistiu de levar a serpente gigante para o bairro do Carmo. “Também estou à procura do fruto de nosso amor, o bebê ofídio. Podemos formar uma família”, sacramenta Renzi, que garante ter em mãos o exame de DNA que comprova a paternidade do menino híbrido de réptil com humano.

por Luís Zakaib

OBS: Publicada originalmente há cerca de 6 anos em jornal semanário de Araraquara