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A despedida de Horazil, um dos marceneiros mais importantes da cidade

O Mestre partiu. Mestre era a identificação dada a Horazill, um dos mais talentosos marceneiros que Araraquara teve sua história. Aos 86 anos deixa uma história de trabalho na construção da cidade.

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Horazil e a arte de trabalhar com a madeira
Foi sepultado nesta quinta-feira (26) em Araraquara, Horazil Zapata, o Horazil Marcineiro, um dos mais conceituados profissionais na história da cidade. Com 86 anos de cidade, Horazil como era costumeiramente chamado viveu o tempo ao seu modo: trabalhando e criando amizades.
“Meu pai foi um grande artista marceneiro; fez muitos serviços de produção de móveis, era mestre em móveis torneados”, contou seu filho Endrigo, emocionado, nas redes sociais. De fato, não foram poucos os que se encantaram com o esmero do seu trabalho, muito bem produzido.
Para alguns profissionais da cidade, Horazil tinha uma grande sensibilidade em conhecer cada espécie de madeira. Muitos falam que na verdade ele conhecia a madeira pelo cheiro, o que o levou a ser chamado de mestre na sua profissão.
Horazil com o filho Endrigo

Endrigo conta que o pai aprendeu a profissão com o seu avô paterno Octávio, quer dizer, uma coisa que vem de pai para filho. Com a profissionalização do setor moveleiro ficou difícil competir com grandes empresas de móveis. “Eu fiz o que pude, busquei ser o melhor, mas nada abala um profissional de bem que tem que se curvar ao modismo dos novos tempos”, contava aos amigos mais próximos.

Por mais de 60 anos produzindo e reformando móveis com amor, Horazil tinha compromisso com a qualidade e para tanto era comum ficar até tarde da noite trabalhando em sua oficina.
“Sua história ficou marcada em muitos araraquarenses, principalmente os políticos que solicitavam seus serviços e peças para uso pessoal, mas havia também aqueles que queriam os trabalhos de Horazil para consultórios médicos, clínicas odontológicas, lojas, magistrados, pois sabiam que – as peças representavam qualidade.
Até o extinto lBC (Instituto Brasileiro do Café) solicitou móveis que foram levados para as suas sedes na Europa. “É seu Horazil Marceneiro. Nossa cidade perde um cidadão ilustre que por mais de meio século confeccionou móveis com alto padrão de qualidade. Foi-se cidadão ilustre fica seu legado”, argumentou o filho nas redes sociais.