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Adolescente que jogou bomba e matou criança em Barretos vai ficar em Araraquara

Garoto de 14 anos se entregou à polícia nesta terça-feira (28) em Jaú, 75 quilômetros de Araraquara,  onde estava em casa de familiares. Aylla Manuella, de 4 anos, foi atingida no peito e na nuca e morreu no domingo (26).

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O menor atirou a bomba que caiu na cama onde a menina (Foto: Reprodução) dormia

A delegada Juliana Paiva, que atua no 3º Distrito Policial de Barretos (SP), afirmou nesta terça-feira (28) que o adolescente de 14 anos suspeito de arremessar a bomba que matou a menina Aylla Manuella Ribeiro da Piedade, de 4 anos, disse em depoimento que brincava com amigos de jogar o explosivo em um terreno baldio e não queria acertar a casa da vítima.

Ele foi apreendido em Jaú (SP) durante a tarde desta terça-feira, após se entregar na Delegacia de Investigações Gerais da cidade ao descobrir que a Justiça havia expedido um mandado de detenção contra ele. “O menor disse que não pretendia acertar a casa da vítima; que estava brincando com outros menores que estão no vídeo, de arremessar bomba em um terreno baldio. Só que a bomba acabou desviando e acertando a casa da vítima.”

Essa parte do depoimento, a Polícia Civil contesta, mesmo porque as imagens mostram que a bomba foi arremessada em direção à casa da vítima”, explicou a delegada.

O menino, que não tinha passagens policiais, foi levado para a Delegacia da Infância e Juventude (Diju) de Jaú, vai passar por audiência de custódia e aguarda vaga na Fundação Casa aqui em Araraquara, onde permanecerá internado por 45 dias, conforme determinação judicial. Deve chegar em nossa cidade, provavelmente até o final da tarde desta quarta-feira (29), ou mais tardar amanhã.

O adolescente responderá por ato infracional análogo a homicídio. “O menor infrator será julgado. Haverá um procedimento conduzido pelo Ministério Público e pelo Judiciário”, disse Juliana.

De acordo com a delegada, o pedido de apreensão foi deferido pela Justiça na tarde de segunda-feira (27). A partir disso, a Polícia Civil começou as diligências para encontrar o menino. Em depoimento na delegacia de Barretos, a mãe dele havia afirmado que iria apresentá-lo até sexta-feira (31), na presença de advogados.

No entanto, em conversa com familiares, a polícia descobriu que o menino estava na casa de familiares em Jaú, por medo de represálias após a morte de Aylla, na madrugada de domingo (26). A casa dele foi invadida por cerca de 30 pessoas, que atearam fogo no local no sábado (25). Ninguém se feriu.

“Descobrimos que ele estava na casa de um familiar em Jaú e combinamos a apresentação espontânea do menor na delegacia da cidade. Ele se apresentou de forma pacífica”, disse a delegada.

Ainda segundo Juliana, o local onde o adolescente comprou a bomba já foi identificado e, agora, a polícia quer saber como foi feita a venda do artefato para ele.

Em depoimento à polícia, vizinhos e familiares de Aylla disseram que pediram várias vezes para o grupo onde o adolescente estava, parar de jogar bombas nas ruas. Eles afirmaram que desde sexta-feira (24) os garotos estavam brincando com os explosivos. No entanto, as solicitações foram ignoradas pelos meninos, que continuaram a brincadeira no sábado até o momento do acidente.

Após ser atingida no peito e na nuca pela bomba no quarto dela no sábado, Aylla chegou a receber atendimentos na Santa Casa, mas não resistiu e morreu na madrugada de domingo.

O corpo dela foi velado em Barretos na segunda-feira e levado a Primavera (PA), onde foi sepultado.