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Agronegócio perde em Boa Esperança uma das suas maiores lideranças: Orlando Govoni Filho

O engenheiro e empresário do agro Orlando Govoni Filho, será sepultado nesta quinta-feira em Boa Esperança do Sul; presidente da Agrosul, originada pela Fazenda Agrosul, em julho foi homenageado pelo Sindicato Rural de Araraquara no Dia do Produtor.

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Orlando e Regina venceram os desafios no campo e tornaram a Agrosul um modelo para o agronegócio

Faleceu nesta quarta-feira (19) em Boa Esperança do Sul, uma das maiores lideranças do agronegócio do Estado de São Paulo: Orlando Govoni, que transformou a Fazenda Agrosul, na Agrosul Agropecuária, hoje administrada pela própria família, verdadeiro modelo para a agricultura brasileira.

Recentemente, Orlando Govoni filho, foi homenageado pelo Sindicato Rural de Araraquara dentro das comemorações do Dia do Agricultor. Na oportunidade, ele recebeu das mãos do presidente Nicolau de Souza Freitas e dos diretores Marcelo Xavier Benedette e João Henrique de Souza Freitas um cartão como reconhecimento ao seu trabalho na lavou.

A HISTÓRIA DE ORLANDO GOVONI FILHO

De fato, para conhecer a história de Orlando Govoni Filho e da Fazenda Agrosul é preciso voltar no tempo e se assegurar que houve de fato uma revitalização em todos os setores da antiga fazenda – desde o uso da terra à operacionalização pautada por tecnologia de ponta que lhe garante estar entre as propriedades mais produtivas e valorizadas no interior de São Paulo.

Orlando Govoni Filho, outrora proprietário juntamente com a esposa Regina Cesarino Govoni, até ontem se encontrava na condição de um supervisor dos negócios agrícolas. Bem de perto acompanhava as mudanças, a principal delas de uma unidade familiar formada por um grupo de pessoas entendidas como diretoria de negócios da propriedade que tem a marca Agrosul.

Quatro momentos fantásticos de crescimento da Agrosul nos últimos anos

Por volta dos anos 40, lembrava Govoni, meu pai – também Orlando – adquiriu a propriedade do meu avô. Na verdade, explicava o empresário do agro, a fazenda foi criada a partir dos anos 30 se valendo dos recursos técnicos disponíveis para a época: máquinas, implementos que eram tocados de forma manual, assim a agricultura era rudimentar prevalecendo o trabalho braçal na produção agropecuária. Naquela época, menos de 2% das propriedades rurais contavam com máquinas agrícolas. Na verdade, homens e mulheres do campo sofriam com escassez de tecnologia e de informação.

Estimulado pelo estudo o filho seguiu as orientações do pai, indo para centros avançados e se qualificando na área de engenharia mecânica; contudo, formado, decidiu fazer sua vida em Campinas atuando na área, o que lhe valeu segurança profissional. Mas, o desejo de voltar qualificado e tornar a agricultura rentável jamais saiu dos desejos e os sonhos do engenheiro.

Com o falecimento do pai em 1984, Orlando Govoni Filho e a irmã Antonia tiveram que assumir os negócios, no entanto, impossibilitados em manter as culturas originadas pelo pai, houve o arrendamento das terras para a Usina Tonon que fazia o plantio da cana. No período de cessão da propriedade a iniciativa foi “represar os recursos repassados pela usina com a intenção de no futuro a fazenda sofrer uma reestruturação, principalmente adquirindo máquinas e implementos atualizados para produzi e e alcançar uma rentabilidade compatível com os anseios de Govoni, a tecnologia no campo, já que a irmã Antonia optou pelo arrendamento das suas terras à Raízen.

Ainda assim, comentava o agricultor, a lavoura demorou para atravessar um processo radical de transformação em vista de sua integração à dinâmica industrial de produção e da constituição do complexo agroindustrial. “Se eu entendia da mecanização tinha que pedir ajuda a quem conhecesse a parte agronômica, do preparo do solo à colheita, além da colocação do produto no mercado”, comentava.

“Totó Filpi foi amigo e conselheiro, orientador nato que me permitiu entender a praticidade da lavoura com meu desejo de mecanizar ou automatizar a propriedade”, lembrou Govoni, em entrevista ao Portal RCIA em julho passado. Ele era eternamente grato à disposição do amigo em lhe ajudar Totó lhe ajudar. A Fazenda Agrosul dava então os primeiros passos para ser compreendida como um pólo gerador de negócios agrícolas.

Ele dava constantemente um passeio supervisionando a propriedade

Com o passar do tempo, o casamento da filha Maria Fernanda com Daniel Valim e Silva ratificou em Govoni a certeza de que a fazenda já podia ser compreendida como uma propriedade agrícola inteiramente viável e integrada ao agronegócio.

Nesta linha de trabalho é que o genro de Govoni passou a desenvolver a gestão do agronegócio e análises de investimentos dentro da propriedade, juntamente com Luis Henrique Govoni, filho de Orlando,  Engenheiro Agronomo, que já acompanhava o pai na produção agrícola, casado com Patrícia Covo (casal tem o filho João Pedro) assumindo a parte agrícola, impactou num avanço comercial e industrial que sugeria transformação da fazenda em grupo agro.

A unificação de idéias e sugestões possibilitou a formatação de projetos permitindo acesso a crédito, subsídios, pesquisa, tecnologia e assistência técnica, a fim de produzir para o mercado ou para a agroindústria, tornando as terras ainda mais férteis.

Constituída como empresa e tendo na sua supervisão Orlando Govoni Filho e a esposa Regina, o casal Maria Fernanda (Financeiro) com Daniel Valim e Silva (Executiva) e o casal Patrícia (Recursos Humanos) e Luiz Henrique Govoni (Produção/Operacional), a Agrosul embora familiar se apresenta como um quadro societário pautado por profissionais de profunda visão sobre o agronegócio brasileiro.

Daniel, a esposa Maria Fernanda e o filho Samuel (casal tem também a filha Sofia); Regina e o marido Orlando Govoni Filho; Patrícia e Luiz Henrique Govoni, a empresa movimentada pela unidade familiar

Com essa formação empresarial a Agrosul assumiu outra função: fazer parte do programa Cultivar criado pela Raízen há cinco anos, que facilita a fornecedora seu acesso aperfeiçoar técnicas, ampliar investimentos, garantir acesso ao crédito, uma vez que a preocupação com as boas práticas aplicadas no campo ganham força a fim de garantir uma maior sustentabilidade dos negócios.

O Cultivar reúne um grupo de cerca de 320 fornecedores, o que representa cerca de 80% do volume de cana adquirida pela companhia e configura inúmeros benefícios a esses fornecedores, por meio de produtos e serviços focados em quatro frentes principais: aumento de produtividade, benefícios financeiros, eficiência e gestão e relacionamentos sustentáveis.

Ao fazer parte deste grupo da elite canavieira brasileira, Govoni realizou seu sonho de caminhar com o que existe de mais moderno e sofisticado no agronegócio nacional, contando com a participação de uma equipe familiar e altamente profissional.

Em reconhecimento ao seu trabalho em prol da agricultura, Orlando Govoni Filho recebeu do Sindicato Rural de Araraquara, FAESP e Senar SP no dia 28 de julho, Dia do Agricultor, uma gratificante homenagem que o coloca entre os agricultores que escreveram a história do agro na região.

SEPULTAMENTO

De acordo com os familiares o velório está sendo realizado em Boa Esperança do Sul e o seputalmento dar-se-á no Cemitério Municipal da cidade, às 13h. O Sindicato Rural de Araraquara, sensibilizado com o falecimento de Orlando Govoni Filho, expressa seus sentimentos à toda família.