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Araraquara encerra 2020 com alta de 4,1% no faturamento do comércio

Mesmo diante das dificuldades impostas pela pandemia, faturamento do setor aumentou R$ 885 milhões, puxado pelo bom desempenho das atividades essenciais

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Abertura do comércio continua condicionada à taxa de positividade

As vendas do comércio varejista na região de Araraquara atingiram aproximadamente R$ 22,6 bilhões em 2020, com elevação média de 4,1% em relação ao faturamento de 2019. Apesar do ano atípico em meio à pandemia de covid-19 e os impactos negativos causados pelas medidas restritivas, as atividades essenciais performaram acima do esperado e registraram alta de 5,8% na comparação interanual, faturando R$ 16,5 bilhões – 73% de tudo que foi vendido pelo comércio varejista na região.

De acordo com análise do Núcleo de Economia do Sincomercio Araraquara, feita a partir dos dados da Pesquisa Conjuntural do Comércio Varejista (PCCV), elaborada pela FecomercioSP com base nas informações da Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo (Sefaz-SP), sete das nove atividades pesquisadas obtiveram expansão no faturamento, com destaque para os setores relacionados à construção civil. As lojas de móveis e decoração faturaram R$ 171,8 milhões em 2020, alta de 65,5% em relação a 2019. No mesmo período, as vendas de materiais de construção cresceram 18,2%, atingindo R$ 1,51 bilhão. Ainda, as lojas de eletrodomésticos e eletrônicos faturaram aproximadamente R$ 2 bilhões no ano – faturamento 11,2% maior do que 2019.

Faturamento do Varejo na Região de Araraquara – jan/dez 2020

Fonte: Sefaz-SP / FecomercioSP. Elaboração: Sincomercio Araraquara.
* Valores a preços de set/20

Quando analisada a variação anual no faturamento total do comércio varejista, Araraquara registrou o quinto melhor resultado entre as regiões analisadas: 4,1% ou, aproximadamente, R$ 885 milhões acima dos números de 2019 – ficando atrás apenas das regiões de Sorocaba (5,2%), Litoral Paulista (5,9%), Osasco (11,1%) e Jundiaí (11,5%).

Em relação às atividades que sofreram algum tipo de restrição durante a pandemia, o município teve o terceiro melhor resultado entre as regiões avaliadas: faturamento de R$ 6,1 bilhões e queda de -0,3% (R$ 21 milhões) em relação a 2019, ficando atrás apenas das regiões de Osasco (0,2%) e Jundiaí (18,5%). Os empreendimentos classificados como não essenciais foram responsáveis por, aproximadamente, 27% do total faturado pela região em 2020.

Já o setor das atividades essenciais elevou o seu faturamento anual em 5,8% e atingiu a casa dos R$ 16,5 bilhões em vendas. Apesar do bom resultado, o segmento teve desempenho menos expressivo na comparação regional, ficando em décimo lugar no ranking que foi liderado por Osasco (14%), Litoral Paulista (13,1%) e Sorocaba (12,3%).

Variação no faturamento do varejo por região – Comparativo 2020/2019
Fonte: Sefaz-SP / FecomercioSP. Elaboração: Sincomercio Araraquara           

PERSPECTIVAS PARA 2021

Apesar dos resultados positivos de 2020, João Delarissa, analista econômico do Sincomercio, pontua que é evidente que o novo ano trará uma série de novos desafios ao setor varejista. “As longas tratativas sobre os programas de imunização contra a Covid-19 e a possibilidade de novas medidas restritivas ao comércio aumentam a imprevisibilidade do desempenho do setor e dificultam o planejamento de curto prazo das empresas, sejam elas grandes, sejam pequenas.”

Delarissa também afirma que o fim do auxílio emergencial provocará uma redução significativa no rendimento das famílias, sobretudo na camada da população que direciona a maior parte de seus recursos para o consumo, e que foram determinantes para alavancar as vendas do varejo e viabilizar o desempenho observado no ano passado. “O fim do programa de transferência de renda iniciado em abril – que distribuiu R$ 288,7 bilhões para aproximadamente 68 milhões de brasileiros – interrompe a injeção de liquidez que vinha absorvendo parte das perdas econômicas causadas pela pandemia”, avalia.

Com esse cenário, o Sincomercio alerta que é indispensável o olhar atento dos gestores ao fluxo de caixa das empresas, o que envolve manter o controle redobrado sobre as despesas, procurar negociar reajustes e outros aumentos de custos, pesquisar as melhores alternativas para a captação de recursos, entre outros fatores. “São ações fundamentais para a sobrevivência dos negócios em tempos de recuperação econômica”, diz o analista.
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Metodologia – A Pesquisa Conjuntural do Comércio Varejista do Estado de São Paulo (PCCV) tem como objetivo produzir indicadores mensais do desempenho do comércio varejista e dos seus vários ramos de atividade. A partir de dados do faturamento bruto real, as informações produzidas pela pesquisa permitem mensurar e projetar a atividade econômica geral de curto prazo em todas as 16 regiões do Estado. A 15ª Delegaria Regional Tributária (DRT-15) delimita a região de Araraquara que conta com mais 15 municípios, qual sejam, Américo Brasiliense, Analândia, Boa Esperança do Sul, Borborema, Cândido Rodrigues, Corumbataí, Descalvado, Dobrada, Dourado, Fernando Prestes, Gavião Peixoto, Ibaté, Ibitinga, Ipeúna, Itápolis, Itirapina, Matão, Monte Alto, Motuca, Nova Europa, Pirangi, Pirassununga, Porto Ferreira, Ribeirão Bonito, Rincão, Rio Claro, Santa Cruz das Palmeiras, Santa Ernestina, Santa Gertrudes, Santa Lúcia, Santa Rita do Passa Quatro, São Carlos, Tabatinga, Tambaú, Taquaritinga, Trabiju e Vista Alegre do Alto.