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Araraquara teve 20 infectados a cada 60 minutos nas últimas 24 horas

Araraquara teve um infectado a cada dois minutos nas últimas 24 horas, ou seja, cerca de 20 pessoas por hora. So que agora há necessidade de isolamento a chegar as empresas - comércio, indústria e serviços, pois está cada vez maior o número de trabalhadores que se afastam por conta da doença. Especialistas apontam pico da contaminação daqui duas semanas.

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Araraquara convive com a ômicron desde o primeiro dia de dezembro

Com quase 500 novos casos de covid em apenas 24 horas, o que significa 20 pessoas infectadas cada 60 minutos em Araraquara as autoridades passam a temer pelo pior: o agravamento deste cenário de contaminações rápidas e o estrangulamento da Saúde Pública, que ainda neste momento está conseguindo suportar a carga de infectados que se cria de um dia para o outro.

Nesta manhã de quarta-feira a secretária municipal da Saúde, Eliana Honain, informou que os contaminados hoje correspondem a quase 26% das amostras colhidas ontem para análises nos serviços públicos e privados. O que assusta no entanto é o número de pessoas em quarentena – 3.470 pessoas que sem o cumprimento de regras de isolamento social se misturam aos familiares e no ambiente de trabalho.

É fato que empresas ligadas ao comércio, a indústria e serviços já estão sendo afetadas; percentualmente, quanto maiores são mais afetadas, há casos em que o afastamento de funcionários chega até mesmo a 8%. Até mesmo farmácias em Araraquara estão vendo seus profissionais entrarem num processo de isolamento.

Mas isso não é de tudo: o médico da Sociedade de Infectologia Dalcy Albuquerque, diz que a previsão de pico é baseada no comportamento da ômicron em outros países. “O que a gente tem visto em outros locais é que essas epidemias de ômicron tem durado em torno de dois meses. Se isso valer para nós, acredito que nas próximas semanas será o pico”, explica.

O especialista afirma que esta nova cepa da doença é altamente transmissível, e que, por isso, os índices pandêmicos estão em patamares tão altos quanto os do início da crise sanitária. “Ela (ômicron) tem uma capacidade e uma taxa de ataque de transmissão muito grande. Então, realmente ela elevou a nossa taxa de transmissão lá pra cima, a nível até que nós não tínhamos tido antes”, diz.

Apesar disso, Dalcy frisa que a maioria dos casos é leve. “O que nós estamos tendo é um número muito grande de casos notificados. Como ela transmite muito rápido, esgota os suscetíveis. As pessoas podem ficar doente muito rapidamente, então é aquele sobe e desce. A boa notícia é que, pelo menos, o aumento das ocupações de leitos, e, principalmente, de UTI, não tem acompanhado esse mesmo ritmo de crescimento do número de casos”, considera. Porém, ele ressalta que ainda é necessário ter cuidados. “Ela é menos agressiva, mas ser menos agressiva não indica que ela não possa eventualmente provocar algum quadro grave”, completa.

MEDIDAS RESTRITIVAS

O GDF está preparando um decreto para proibir o uso de pistas de danças na capital federal. Por enquanto, esta é a mais recente medida de combate ao avanço da pandemia anunciada pelo governador Ibaneis. Procurado, o Executivo local informou, por meio de nota, que novas medidas para conter o avanço do novo coronavírus são anunciadas semanalmente nas coletivas de imprensa promovidas pela Secretaria de Saúde do DF.

Para a infectologista Joana D’arc Gonçalves, as medidas restritivas já se tornaram bastante severas em outros pais. “As principais ações são em relação à disponibilidade de testagem para a população e restringir ações de aglomerações. Eventos maiores e locais devem controlar o número de pessoas que entram”, explica. Porém, ela destaca que falar em fechamento de serviços é algo impensável neste momento. “As questões, agora, são mais voltadas para a conscientização. Vacinação e cumprimento de medidas não farmacológicas são essenciais. É buscar o equilíbrio entre o interesse econômico e a saúde da população”, complementa.