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Menores, bebidas e drogas na Facira: Prefeitura quer tapar o ‘sol’ com a peneira

O ambiente degradante de menores circulando com bebidas alcoólicas na Facira teve sua divulgação feita pelo RCIARARAQUARA como forma de alerta as nossas autoridades e não em tom pejorativo para mostrar a decadência de um evento que cambaleia politicamente por não mostrar a realidade do seu foco. A Prefeitura Municipal reage em nota dizendo que o objetivo da publicação é desgastar as instituições.

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Ambiente que choca profundamente e que foge ao controle das autoridades

A reportagem do Portal RCIA, presente nas festividades do aniversário da cidade no dia 22 de agosto na Facira, relatou simplesmente o que viu acontecer com jovens na matéria veiculada no dia 23 intitulada “Bebidas e drogas foram liberadas a menores na Facira”.

Na manhã deste sábado a Prefeitura Municipal enviou nota buscando desmentir o que foi presenciado tanto pela reportagem como também por pessoas que estiveram presentes na feira.

Prefeitura – A matéria do RCIAraraquara com o título “Bebidas e drogas foram liberadas a menores na Facira” é equivocada e mal intencionada. A matéria diz que no ano anterior coube à Guarda Municipal a revista nas entradas da FACIRA e esse ano tal incumbência foi de empresa privada. Não procede. No ano passado coube também a revista à empresa de segurança privada com supervisão da Guarda, tal qual esse ano.

O Portal RCIA obteve a informação de que a revista no ano passado era feita com a supervisão da Guarda Municipal, através do Conselho Tutelar, que na ocasião prenderam um simulacro de arma de fogo com um menor. Tal colocação não é equivocada ou mal intencionada, apenas um alerta ao poder público para que melhore suas políticas sociais, que sempre são ótimas em discursos, mas na prática não funcionam.

Prefeitura – O repórter disse que entrou com duas bolsas e apenas uma foi revistada, o que soa estranho, pois qual seria o sentido em revistar apenas uma? O fato é que a revista foi rigorosa e muita droga foi apreendida e entregue à Polícia Militar.

Portal – Não há motivos para que a reportagem minta ou altere fatos ocorridos; de fato somente uma das bolsas que reportagem levava foi revistada. E como a prefeitura indica que muita droga foi encontrada em poder dos jovens e entregue à polícia, só confirma o fato de que as políticas de combate às drogas na cidade têm sido ineficiente, ou inexistentes.  Sem contar que fomos informados também, por um guarda municipal, que as revistas seriam “leves” este ano, e que caso encontrassem ilícito, que apenas segurassem o material e liberassem as pessoas sem ao menos verificar sua documentação, para saber se a pessoa tinha dívidas com a justiça, e assim garantir uma maior eficiência na segurança da festa. O fiscal de Posturas que tentava conter a venda de bebidas alcoólicas indistintamente, só não foi agredido, porque a GCM lhe deu salvaguarda por algumas vezes.

Prefeitura – Não tivemos registro de entrada de armas brancas e de fogo e focos de brigas foram contidos rapidamente. O rapaz caído ao chão citado na reportagem fora da feira não era menor e não estava alcoolizado. É claro que numa festa onde circularam cerca de 40.000 pessoas, apenas no dia 22 de agosto, aniversário da cidade, menores podem ter consumido bebida alcoólica. Sempre que esse fato foi constatado, medidas foram tomadas.

Portal – Como explicamos na matéria, os amigos que acompanhavam o garoto caído na calçada desmaiado, afirmaram a reportagem que o jovem era menor e estava embriagado. Um deles disse ainda que o rapaz fazia uso de remédios controlados e que não poderia ingerir bebida alcoólica, mas que havia bebido além da conta.

Prefeitura – Afirmar que atos ocorreram com a conivência da Polícia Militar e da Guarda é incorreto e explícita o objetivo de atacar as instituições, desgastar as festividades de aniversário da cidade e a Facira. Portanto, objetivos políticos como tem sido a imensa maioria das matérias desse veículo de comunicação, que não cansa de ignorar o manual básico de jornalismo, que é ouvir o outro lado.

Portal – Afirmamos que as bebidas estavam sendo vendidas aos olhos da PM, pois a menos de 10 metros onde se encontravam as viaturas policiais e seu efetivo, o rapaz a qual colocamos foto vendendo caipirinha a menores trabalhava tranquilamente, sem pedir a nenhum deles documentação que provasse sua maioridade. Tanto a PM como a Guarda Municipal trabalharam para que a situação não saísse ainda mais do controle, afinal passaram pela feira 40 mil pessoas e temos consciência do trabalho realizado pelas instituições que prezam pelo bem estar das pessoas, mas que nem sempre são autorizados a fazer o correto. Dentro do galpão onde estão localizados os stands, jovens passavam a todo o momento pedindo copos para dividir bebidas com os amigos. Garrafas de vodca, Corotes foram vistos abertamente nas mãos de menores, se foram os adultos que compraram e repassaram, isto cabe a segurança do local verificar.

O Portal não precisa, e nem tem intuito de atacar instituições ou desgastar as festividades, quando a própria Prefeitura não toma medidas adequadas e tenta desqualificar o Portal RCIA que mostra o que muitas pessoas presenciaram na noite de 22 de agosto.

Não se trata de separatismo ou preconceito e sim um grito de socorro para jovens que necessitam de ajuda, e políticas sérias contra o uso de drogas e bebidas que vem devastando uma parcela desta geração.

Não é tapando o sol com a peneira ou desmentindo fatos e fotos colocados na matéria que o problema será resolvido. Não é atacando a editoria deste Portal, como fez um vereador da base do governo, a qual tivemos acesso por um print de uma conversa sobre a matéria veiculada que dizia “hipócritas, preconceituosos vão buscar drogas na periferia depois querem criticar o lazer do povo”, como se drogas e bebidas fizessem parte do lazer comum desta editoria.

Quais seriam os objetivos políticos de um veículo de comunicação que é apartidário ?  Que não possui filiação e que tem compromisso com a verdade dos fatos.

“É da própria natureza do jornalismo apontar o que está errado para que seja corrigido. Mostrar o que está ruim para que seja melhorado. Denunciar os que corrompem para que sejam punidos. Expor os que estão em dificuldades para que possam ser ajudados.”

Isso é jornalismo. O resto é publicidade.

É esta imprensa que sempre defendemos: sem amarras, sem dependências financeiras, calcada na confiança oriunda das pessoas que leem, e gostam do nosso Portal porque são elas que merecem nosso respeito e nosso reconhecimento.

Quanto a acusação da Prefeitura, sob mando do seu chefe – Edinho Silva, de que o nosso Portal não cansa de ignorar o manual básico de jornalismo, informamos que raras são as vezes em que são obtidas respostas das nossas demandas e quando chegam são com respostas exclusivamente do seu interesse ou explicar o inexplicável, característica de um jornalismo atrelado com o Poder. Isso não nos atinge e nem intimida. A senhora secretária de Comunicação sabe disso.