A 10ª Vara da Justiça Federal de Brasília condenou, nesta segunda-feira, Walter Delgatti Neto, conhecido como hacker da Vaza Jato, a 20 anos de prisão no processo da Operação Spoofing, deflagrada pela Polícia Federal, em 2019.
A sentença foi proferida pelo juiz Ricardo Leite. Cabe recurso contra a decisão.
Delgatti foi preso em 2019 por suspeita de invadir contas de autoridades no Telegram, entre elas de integrantes da força-tarefa da Lava Jato, como o ex-procurador Deltan Dallagnol.
Além de ex-procuradores da Lava Jato, o ex-ministro da Justiça, Sérgio Moro, o ex-ministro da Economia, Paulo Guedes, e conselheiros do Ministério Público também tiveram mensagens acessadas ilegalmente.
Na decisão, o juiz Ricardo Leite disse que Delgatti tinha a intenção de vender as conversas hackeadas por R$ 200 mil à imprensa e rebateu declarações do hacker que, durante as investigações, declarou que violou as conversas para ‘combater injustiças’ que teriam sido cometidas durante a operação.
Outros seis acusados também foram condenados pelas invasões de celulares de autoridades.
A sentença diz ainda que Walter Delgatti obtinha dados bancários de diversas vítimas e comercializava informações obtidas em chats especializados em crimes.
Procurado, o advogado Ariovaldo Moreira, que defende Walter Delgatti, informou que só vai se manifestar após analisar a sentença.
No início deste mês, Delgatti foi preso pela Polícia Federal em outra investigação: a que apura invasão aos sistemas eletrônicos do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Os policiais investigam se o ato foi promovido a mando da deputada federal Carla Zambelli, do PL-SP. As investigações apontam que o hacker teria emitido falso mandado de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes. (Informações Agência Brasil)