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COREN repudia atitude do médico da Fungota que agrediu enfermeiras por acordá-lo para atender pacientes

Após ser acordado por duas enfermeiras, médico da Fungota se irritou e chamou uma delas de "tapada" e que ela ficasse "piano". O relatório do COREN diz ainda que, o médico apontando o dedo no rosto da Técnica de Enfermagem, ameaçou perseguir ambas dentro da instituição com denúncias, insinuando ter poder de mando na coordenação. Omissão da fundação em tomar atitudes urgentes levou as profissionais a comunicarem o fato ao Conselho Regional.

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A Nota de Repúdio condenando a atitude do médico consta de um relatório ao qual a fundação deveria ter tomado providências de imediato

O Conselho Regional de Enfermagem de São Paulo, outra vez se volta e foca seu repúdio contra a administração da Fungota em Araraquara, lamentando que quando no exercício da Enfermagem, duas profissionais tenham sido agredidas verbalmente e desrespeitadas pelo médico Marcelo Spadao, sem que a instituição no momento dos fatos tenha tomado as devidas providências que o caso vinha requerendo.

Segundo consta e de acordo com o relatório elaborado pelo COREN, o fato ocorreu durante o plantão do dia 10 de janeiro de 2022, quando o médico Marcelo Spadao, após ser chamado no repouso médico pelas requerentes para avaliar exame de ultrassom de uma usuária da instituição, ficando irritado por não querer sair do quarto para realizar suas funções, verbalizando que não queria ser incomodado, passou a agredir verbalmente as profissionais de enfermagem.

Uma delas, o médico teria chamado de “tapada” solicitando que a mesma permanecesse “piano” dentro do local de trabalho, e apontando o dedo no rosto da Técnica de Enfermagem, ameaçando perseguir a ambas dentro da instituição, através de denúncias junto a coordenação, visando prejudicar às profissionais de enfermagem.

Na semana passada, o RCIA teve acesso ao documento e as profissionais relatam que – no mesmo dia enviaram relatório a direção da instituição, acompanhado de relatos e reclamações de pacientes, insatisfeitos com a demora no atendimento por parte do profissional, que não houve resposta institucional ao incidente.

As duas profissionais registraram então Boletim de Ocorrência no 4º Disitrto Policial de Araraquara, mencionando o ocorrido à autoridade policial. “É relevante que conste nos autos que o próprio agressor, reconhece em sua resposta ao CONSELHO REGIONAL DE ENFERMAGEM DE SÃO PAULO 2 COREN-SP que quando tomou ciência integral dos fatos, aos quais as profissionais de enfermagem tentaram alertá-lo modificou seu comportamento, indo até os usuários solicitantes, mas mesmo assim questionando às profissionais de não estar ciente do contexto dos fatos, alegação que não se coaduna com o que aconteceu na oportunidade”, disse o órgão.

Para o COREN, a conduta do médico não só afeta a imagem das enfermeiras, como atenta contra todos os profissionais da enfermagem desrespeitando seus direitos, atacando a prática profissional da saúde, aumentando as estatísticas de violência e desacatando inclusive as regras da Instituição onde tais fatos ocorreram.

O documento esclarece também que – atitudes dessa natureza são vigorosamente repudiadas por este Conselho de Enfermagem, que adotará sempre as providências legais para coibir o desrespeito aos direitos do profissional de Enfermagem quando no exercício da profissão.

Como decisão o Plenário do Conselho Regional de Enfermagem de São Paulo, por unanimidade, no uso de suas atribuições, defere a representação formulada, tornando público o desagravo realizado em favor das profissionais em decorrência de agressões verbais e ameaças sofridas durante o exercício profissional.

E o COREN-SP volta a repudiar de forma veemente o comportamento agressivo e desrespeitoso do médico, que – de acordo com o Conselho – violou não só a Constituição Federal, mas também as próprias leis que regem o exercício dos profissionais de Enfermagem.

E para finalizar o desagravo, o presidente do COREN-SP James Francisco Pedro dos Santos, determina a divulgação da presente nota em conformidade com o que estabelece o artigo 5º da Resolução COFEN nº 433/2013, que dispõe sobre o procedimento de desagravo público.

RESPOSTA DA FUNGOTA

A Diretoria da FunGOTA diz que, após o contato do RCIA , pediu esclarecimentos à Comissão de Ética Hospitalar, que é instância autônoma da instituição e atualmente presidida pelo Dr. Ademir Roberto Sala.

Em resposta à consulta, a Comissão de Ética Hospitalar esclareceu, através de sua presidência, que instituiu grupo de trabalho para condução do caso com oitiva dos envolvidos, em três oportunidades, em agosto de 2022. As oitivas foram realizadas e a comissão, considerando o histórico do médico envolvido, sem nenhum antecedente funcional, deliberou pela advertência do médico, quanto à necessidade de observância do senso de equipe, relacionamento interpessoal e comunicação não violenta no ambiente de trabalho, sem prejuízo da tomada de novas providências a depender da solução dada pelo caso a partir da atuação dos conselhos de fiscalização profissional (no caso, o COREN), conforme já informado pela FunGOTA na última ocasião em que o RCIA  entrou em contato.

Por fim, “a FunGOTA reitera que não foi formalmente comunicada do encerramento do caso junto ao COREN, nem pelo próprio conselho de classe, nem pelas próprias profissionais interessadas, motivo pelo qual até a presente data o caso não havia retornado à Comissão de Ética Hospitalar para eventuais novas providências”, encerra a nota.

Para grande parte dos profissionais da Enfermagem a omissão e a prevaricação da Fungota em casos como este do médico Marcelo Spadao, devem ser destacadas com evidência pois na opinião deles, além da perseguição imposta pelo aparelhamento político, beneficia apenas trabalhadores ligados à administração, ainda que, cometendo falhas grotescas e atos insanos em detrimento dos que exercem suas funções com sobriedade, comprometimento e respeito aos pacientes.