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Covid faz mais uma vítima em Araraquara: Marcão da Cocada

Fazendo cocadas, o conhecido Marcão se transformou em empreendedor nato, atuando com 10 funcionários fixos e o sonho de criar uma rede de docerias no interior de São Paulo. Seu nome: Marcos Rodrigues dos Santos.

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Marcão da Cocada será sepultado nesta sexta-feira

Morreu nesta sexta-feira (30) em Araraquara, vítima da covid-19, Marcos Rodrigues dos Santos, o Marcão da Cocada, aos 58 anos, uma das figuras mais conhecidas da culinária típica e tradicional da Bahia: a cocada, cuja receita guardava a sete chaves.

Marcão estava internado desde o dia 27 de março: foram 33 dias de angústia familiar e esperança de que poderia vencer a doença para retornar ao que ele mais gostava de fazer: doces, além de amizades com as pessoas.

Um dia quando lhe perguntaram sobre a receita da cocada, ele de maneira simplória respondeu: “Só o Marcão sabe fazer”. De fato, o que era quase que uma brincadeira no começo se tornou um meio de ganhar a vida, e depois se transformar em empresário bem sucedido capaz de manter 10 funcionários, vencendo desafios e criando três filhos, todos vendendo doces.

Além dos 10 funcionários fixos, Marcão ia muito além: o dobro era contratado para trabalhar em acontecimentos de várias cidades da região. Eram festas, feiras, clubes, na verdade, Marcão não parava um só momento, vivia para o trabalho.

Natural de Taiaçu, município perto de Bebedouro, ainda adolescente veio para Araraquara. Em 1981, montou sua primeira barraca de doces, em frente ao Gigantão. Em 2012, a Prefeitura levou seu quiosque para a Praça Scalamandré Sobrinho, em frente ao campo da Ferroviária. Ele também atuava num quiosque na Bento de Abreu. Sua presença na Facira era infalível.

Sua presença na Facira em Araraquara era tradicional

“Foram 20 anos fixo naquele ponto. Acho que a cidade toda me conhece dali”, brinca ele. “Fui o pioneiro dos ambulantes permanecerem em pontos fixos”, comentava. Chegou a abrir um quiosque na Avenida Bento de Abreu.

Marcão vivia dizendo aos amigos que precisava descansar e para isso deixaria tudo para os filhos. “Estou ficando velho. Vou deixar para os meus filhos cuidarem. Vou ficar só na retaguarda, coordenando”, comentava.

Casado com Eleni, deixa também os filhos eram Paloma, Pablo e Pâmela, além das netas Bárbara e Manuela. Seu velório acontecerá no Memorial Fonteri até 13h, ocorrendo em seguida o sepultamento.