Discussões entre ex-prefeito e empresário de transporte escolar sob investigação

Por algumas vezes Chiquinho Campaner e Manoel Bento se desentenderam por conta de promessa não cumprida; por exemplo, concessão das linhas de transporte escolar que não foram repassadas e as notas de serviços prestados pelo empresário que não estariam sendo pagas pelo prefeito. As discussões entre os dois circulam em gravações pelas redes sociais.

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Antigas e pesadas discussões entre o ex-prefeito de Ribeirão Bonito, Francisco José Campaner (PSDB), de 57 anos e o empresário de linhas de transporte escolar Manoel Bento, estariam sob a investigação das autoridades policiais de São Carlos e também do Gaeco. O prefeito foi assassinado no dia 27 de dezembro com quatro tiros em uma estrada de terra no município.

Inicialmente, segundo a investigação, o autor dos disparos teve o cuidado de recolher as cápsulas deflagradas para dificultar a identificação da autoria. A precisão dos tiros também é compatível com ação de atirador profissional, afirmou a polícia.

Chiquinho Campaner, como era conhecido, seu chefe de gabinete, Edmo Marquette, e um amigo, Ary Santa Rosa, voltavam de um sítio em um carro oficial quando foram alvos de uma emboscada, segundo a Polícia Civil. O prefeito morreu na hora. Os outros dois sobreviveram.

Conforme o delegado de Ribeirão Bonito Reinaldo Machado, os dois sobreviventes disseram que um homem encapuzado saiu do mato e abordou o carro, que seguia em baixa velocidade, fazendo os disparos.

Machado afirmou que a polícia está em busca de pistas e várias linhas de investigação; até então o prefeito não havia registrado nenhuma ameaçada recebida.

AS DISCUSSÕES

Pelo menos em duas ou três oportunidades o prefeito e o empresário discutiram pesado por telefone: palavras como “canalha, vagabundo, sem vergonha, quem não presta é você”, além de outros adjetivos explodem na acalorada conversa que sempre girou em torno de uma licitação feita pelo município em que Manoel Bento teria sido prejudicado.

As brigas entre os dois ficaram acirradas depois que o prefeito Chiquinho ficou sabendo que o empresário havia gravado uma das conversas que poderiam comprometê-lo no exercício da sua função de gestor do município. Porém, isso não quer dizer que Manoel Bento seria responsável pela morte do prefeito, agindo como assassino ou mandante. Outras linhas de investigação estão sendo seguidas pela polícia.