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Em audiência, aprovação de lei que permite doação à Santa Casa pela conta de água avança

Vereadores, secretária municipal de saúde, diretor do DRS III, superintendente do Daae e diretor da Santa Casa falaram sobre saúde e projeto que visa contribuir com hospital

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Audiência apresentou programa de contribuição que terá a duração de dois anos

A audiência pública “Apoio Financeiro ao Hospital Santa Casa de Araraquara”, realizado na tarde desta sexta-feira (10/9) na Câmara Municipal de Araraquara apresentou e debateu o projeto de lei que autoriza a criação de um programa de arrecadação que permite às pessoas e às empresas da cidade contribuírem com a Santa Casa com 3% a 5% da conta de água do Departamento Autônomo de Água e Esgoto (Daae).

O valor da ajuda ao hospital virá na conta. Caso o usuário não queira fazer a adesão, basta entrar em contato com o Daae pelo 0800 ou pelo site, que tem atendimento em tempo integral. O programa de contribuição terá a duração de dois anos, quando será reavaliado. Em contrapartida, a Santa Casa informará à Câmara Municipal por meio de relatórios semestrais
como usou os recursos.

Na abertura da audiência, o vereador Marchese da Rádio revelou que a Câmara pensava em fazer um programa para ajudar uma instituição de Araraquara. “Então, tinha de ser uma instituição séria, que gera retorno para a população. Por isso a Santa Casa”, relatou.

Na sequência, a vereadora Luna Meyer comentou que não só Araraquara, mas todo o país vive um momento crítico em saúde pública. “A estrutura atual não comporta a demanda atual, que foi agravada com a Covid-19. A Santa Casa precisa de ajuda para continuar fazendo o bom atendimento que ela já faz. Portanto, o objetivo é construir esse projeto de forma coletiva,
junto com o Executivo, junto com a população”, disse. “A doação é voluntária e não entra para pessoas de baixa renda”, ressaltou.

O diretor-geral da Santa Casa de Araraquara, Rogério Bartkevicius, explicou que o projeto pode ser um divisor de águas para o hospital. “Cerca de 30% da nossa população teve recentemente algum relacionamento com a Santa Casa, com satisfação interna de 99%. Mas saúde tem custo. E os custos aumentaram estratosfericamente com a pandemia de Covid-19. Uma máscara custava R$ 0,10, hoje custa R$ 3,50”, contextualizou.

Ao final da apresentação, Bartkevicius disse que o projeto de lei é uma forma legal para que a comunidade possa se comprometer com a Santa Casa. “Nos apoiem, nos ajudem a cuidar das pessoas, nos ajudem a salvar vidas”, enfatizou. “Nós queremos deixar a Santa Casa sempre pronta para quando vocês precisarem. Nós sempre estaremos aqui por amor e por todos. Se puder, venham para a linha de frente conosco”, conclamou.

Para o superintendente do Daae, Donizete Simioni, a autarquia é uma intermediária disposta a auxiliar. “Espero que a gente [Daae] ajude a viabilizar esses recursos para a Santa Casa, que é uma das entidades mais respeitadas da nossa região”, considerou.

A secretária municipal de Saúde, Eliana Honain, afirmou que a Santa Casa é a grande parceira na construção do SUS na cidade. “A demanda por especialidades e por internações é muito grande. E a Santa Casa mostrou aqui a sua realidade: tabela SUS defasada, demanda cada vez mais crescente por alta complexidade para Araraquara e região”, disse. “Uma instituição que destina 91% da sua operação para o atendimento SUS… É
óbvio que vai ter déficit financeiro. Só que nós dependemos da Santa Casa.

É o único hospital SUS geral. A sociedade tem que se mobilizar. Só o setor público não dá conta”, argumentou. “O projeto é louvável. Vai haver condições de ampliar o atendimento, de atender melhor ainda o que já tem sido feito na Santa Casa”, concluiu.

O diretor do Departamento Regional de Saúde de Araraquara (DRS III), Jeferson Yashuda, observou que é muito justa a criação de um projeto que possa ajudar uma instituição que presta um serviço essencial com qualidade. “É com muita satisfação que venho aqui apoiar o projeto”, disse. “Não é uma imposição, diferente de outros impostos, é uma possibilidade de auxílio à Santa Casa”, ressaltou.

Depois da audiência pública, o projeto de lei é discutido internamente para que a redação final vá a votação.