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Inadimplência causada por queda da renda cresce, diz Boa Vista

Mais de 60% dos consumidores endividados possuem três ou mais contas em atraso

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Apenas 19% dos consumidores disseram que pagariam a dívida nos 30 dias seguintes

O número de consumidores que se tornou inadimplente por conta de diminuição da renda aumentou no primeiro semestre de 2021 em relação ao semestre anterior, indica pesquisa da Boa Vista.

Segundo o levantamento, 26% dos consumidores entrevistados apontaram essa como a principal causa da inadimplência, contra 22% no segundo semestre de 2020.

O principal motivo da inadimplência, entretanto, continua sendo o desemprego, mas com uma leve queda entre os dois períodos: 31% no primeiro semestre deste ano contra 33% no segundo semestre de 2020.

“O desemprego costuma ser, historicamente, a principal causa da inadimplência do consumidor. Mas neste último semestre, chama a atenção o crescimento da diminuição da renda como motivo da inadimplência, reflexo direto da crise ocasionada pela pandemia na vida financeira do consumidor”, diz Flavio Calife, economista da Boa Vista.

A Boa Vista também questionou quantas contas o consumidor com restrições possui em atraso. A maioria, 62%, possui três ou mais contas em atraso, e 86% desses consumidores estão há mais 90 dias inadimplentes.

Em relação ao valor das dívidas, 54% desses consumidores relataram à Boa Vista que possuem dívidas a partir dos R$ 3 mil. “Esses números demonstram que, uma vez negativado, o consumidor tem dificuldades para quitar sua dívida rapidamente, além de acabar atrasando outras contas e devendo um valor cada vez maior”, comenta Flavio.

Para a maioria dos consumidores inadimplentes (25%), as contas cujo não pagamento resultou em restrição ao CPF foram as chamadas contas diversas, que englobam gastos com educação, saúde, impostos e taxas, lazer e outras despesas.

Em segundo lugar, vem os empréstimos pessoais, com 15%. Em terceiro, os gastos com alimentação, para 15%.

As contas atrasadas foram contraídas pelos seguintes meios de pagamento: boletos (29%), cartão de crédito (26%) e cartão de loja (12%).

VAI PAGAR QUANDO?

Apenas 19% dos consumidores disseram que pagariam a dívida nos 30 dias seguintes, enquanto a maioria (30%) esperava conseguir pagar em um prazo de 30 a 90 dias.

Outros 20% entre 90 e 180 dias e 26% em um período acima de 180 dias.

Somente 38% disseram que vão conseguir pagar o valor total da dívida, enquanto 62% pretendem fazer uma renegociação do valor atrasado.

A pesquisa mostra ainda que 32% dos consumidores com restrição procuraram ajuda financeira nos bancos. Já os que buscaram ajuda em financeiras e com parentes e familiares foram 26%, seguidos por 16% dos que buscaram dinheiro para pagar as contas com amigos ou colegas.

Apenas 21% dos consumidores que buscaram apoio conseguiram o fôlego financeiro esperado.